Minas Gerais registrou estatística
de média de três crimes de morte (assassinatos) por dia no ano de 2013
motivados pela paixão.
Namorados, amantes, maridos,
esposas, ex, entornaram suas emoções em balas, lâminas, venenos ou outros
mecanismos para cessar a angústia por não verem seus desejos realizados.
Não é verdade, portanto, que quem
ama não mata, até porque o ódio é o amor com o sinal trocado.
A questão que me traz à post não é
o crime, mas a paixão nos tempos de agora. O que mudou em relação aos motivos
que levaram a pantera mineira por Doca Street, e a cantores, jornalistas,
pedreiros, atletas, juízes, prostitutas e prostitutos tirarem a vida de seus
então queridos?
As mulheres mudaram e os homens
também e, por força deles, as instituições, os costumes, as leis.
Amar deixou de ser um verbo
transitivo. No passado os amantes não possuíam sentido completo, portanto,
precisavam de um complemento. Hoje, parece, depende.
Ficar, por exemplo, pode ser com mais de um em uma única noite.
Noivar tem sentido exclusivo econômico face à indústria do matrimônio e casar
(?), afora a solenidade (evento) não é um contrato que uma passada rapidinha
ali no cartório não possa dissolver.
A coisa ficou fácil para
completar-se sem a pecha cruel de “até
que a morte os separe”. A paixão governa fluída, temporal e efêmera. A fila
anda com a maior naturalidade.
Não para alguns, e é aí que o bicho
pega. Tem gente que não entendeu ainda que o outro não é objeto direto e nem de
propriedade. Embora a situação esteja desnivelada para o lado das mulheres, a
delegacia especial tenta minimizar este desequilíbrio, os homens (sexo frágil)
é que partem para cima.
Então, o que deverá advir destes
novos tempos?
A morte continuará separando
casais. E, provavelmente, não por força da longevidade da união, mas porque
alguém não suporta a ausência daquele (exatamente e só aquele) que o
complementa.
Talvez porque o amor (e ó ódio, por
consequência) seja algo único que permanecerá imutável até que nos tornemos
autômatos insensíveis.
Até breve.
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