Hoje me levantei meio azedo. Tive
que fazer um esforço enorme para colocar este corpo de pé. Fui para a academia
rosnando por ter pago antecipadamente o martírio. Não tivesse pago o
estabelecimento eu jamais cruzaria a minha rua e entraria na casa de horrores
para sofrer de esticamentos sumários.
Quando retornei tomei um banho,
liguei o computador e coloquei agendas, finanças e outros afazeres da rotina em
dia.
O azedume tem porquês. Ontem, dia
17, fiz (via internet) pagamentos com vencimento na data de hoje, dia 18.
Ao final das operações chequei meu saldo: o banco já havia computado os valores
dos pagamentos. Ocorre que hoje, dia 18, pretendia fazer um resgate para cobrir
o saldo que ficaria negativo. O valor do resgate feito hoje só vai à crédito na
data de amanhã, 19.
O Itaú teve o lucro de R$4,022 bi
em um trimestre passado e o Bradesco R$3,064 bi. Os juros médios anuais de
cartões de crédito estão em 397,47% para uma
inflação projetada em torno de 6,0%
no ano de 2013 e menos do que isto em 2014.
Afora estes crimes silenciosos e
hediondos contra a economia popular se somados a tantos outros como IPVA, IPTU,
IOF, I..., I..., I..., I... e as taxas de corrupção do mercado de negócios
público e privado, a economia real representada pela aplicação de trabalho,
energia, insumos reais seguramente deve ser menor.
O PIB - Produto Interno Bruto do
Brasil deveria ser alterado para PEB – Produto Excedente da Brutalidade e
computados todos os valores da bandalha.
“Quão grande é meu poder... Sou um homem mau, desonesto, sem escrúpulos,
estúpido; mas o dinheiro é honrado e, por conseguinte, também seu possuidor. O
dinheiro é o bem supremo; logo, seu possuidor é bom; o dinheiro, além de tudo,
me livra do trabalho de ser desonesto: assim se presume que eu seja honesto.
Sou um estúpido, mas o dinheiro é a verdadeira inteligência de todas as coisas;
e como poderia ser estúpido quem o possui? Este, além de tudo, sempre poderá
comprar as pessoas inteligentes; aquele que tem poder sobre as pessoas
inteligentes não é mais inteligente que as pessoas inteligentes? Eu, que tenho,
com o dinheiro, a possibilidade de conseguir tudo aquilo a que o coração humano
aspira, acaso não possuo todas as faculdades humanas”? (Karl Marx,
em Manuscritos Econômico-filosóficos).
Sempre que fico azedo me deformo,
perco meus derivamentos, fico meio cheio de juvenisses pueris, voltando a achar
que urge a revolução. Agora, já perto da hora de dormir, fico mais comum,
apaziguado, normal como uma besta.
Noninha, por hereditariedade
vocacional aliviará este insano algum dia. Hoje o faz apenas pela via da
alegria.
Até breve.
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