Horóscopo para hoje:
"Você
sabe o que você sabe e de pouco adiantaria tentar fingir que o que você enxerga
poderia ser outra coisa diferente daquela que você sabe. Neste momento vale a
pena se apoiar na verdade, por mais crua que essa for".
Há muito venho cozinhando algo. Minha paixão
pelo sinistro. Não gosto do que está bem ou deconforme. Prefiro ao caos, ao
trágico, à dor. Todos os meus escritos são angustiados, dramáticos,
contundentes.
Até meu humor é melancólico. Sempre falo dos
desajustes, dos destemperos, dos crimes, das bandalhas, de mim mesmo com desdém
e mordacidade.
Falta-me a alegria pura, aquela que só é
vista aqui quando me falo criança ou delas. Aí sim sou verdadeiro e cozido.
Tudo o mais é mesmo cru, na lata, direto, sem censura e escrúpulos.
Tem uma verdade que eu vou mentir sempre. Do
que estou falando verdadeiramente. Sempre ficarei nas entrelinhas, nos títulos
dos posts, nos parênteses, nas minhas entre aspas, nas palavras não encontradas
nos dicionários e wikipédias.
O Google não me decifra, nem me devora.
Há algo, no entanto, que precisa e será
sempre dito. Quem me lê é que governa minha sina. Outro dia conversando com um
amigo ele me disse que se preocupa sempre com o legado que deixará.
Eu fiquei pensando muito nisso.
Poucos com os quais convivo comentam comigo
sobre o blog, mas nestes poucos um ou outro diz que riu muito quando leu
determinado post. Eu sempre me surpreendo com o que ouço. Riem de trechos que
para escrever verti quase lágrimas, ou sudorei.
Não que eu traia o meu discurso, é pior do
que isso, eu não o compreendo. Não é fingimento não, é o mais puro descaramento
mesmo. Quem me conhece na intimidade sabe muito bem que o que eu escrevo não
tem nada a ver com que sou de verdade.
Na intimidade sou muito mais idiota.
Agora azar, falei.
Até breve.
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