Muito bem, a última conversa foi FIADA. Hoje não, será mais direta e aberta. Essa coisa de alguém ficar dizendo
para alguém (que ainda está por vir) que registros não valem, que tudo é
invenção já ficou por demais.
Vamos a fatos incontestes, sem
nenhuma invenção. Direto ao ponto.
Pois muito bem. Assim como se sobem
vielas, estreitos, ladeiras tortas, becos profundos e sujos para se chegar ao
morro, sobem-se rampas para chegar a palácios. Como já falei aqui em BANAL.
Agora a disputa por Real pegou
brava. É revanche prá tudo quanto é lado. Abriu-se uma panela imensa de pressão
que é difícil saber prognósticos. Todo mundo tem telhado de vidro.
A coisa agora talvez desande mesmo
de vez, se for mantida a ideia de se colocar todo mundo que levou na cadeia.
Num ritmo célere porque a coisa tem caráter eminentemente político eleitoral.
Como se tudo na esfera de poder não fosse eminentemente político e eleitoral
por extensão.
Eu sempre temi quando todos descobríssemos
o que já sabemos. O óbvio é o que mais nos inquieta, pois está posto.
Escancará-lo nos trará a tarefa, aí sim, de construir outro Real.
E não será com uma reforminha
cosmética. Não, por que das rampas descerão mortos
e feridos, no sentido figurado, claro. A Nação é pacífica. Ninguém pegará
em armas bélicas, mas no emaranhado de negociatas espúrias, uns dos outros.
Dói nos nervos ainda quanto que
estas práticas vindas da corte macularam o tecido social, a ponto de não ser
possível a cura ética. Já que lá eles
fazem, por que não posso fazer também?
Hoje cedo, enquanto corria na
esteira, assisti a matéria jornalística em que um jovem dizia-se ladrão por
profissão e que trabalhava empregado em determinada loja de peças para
automóveis. Diz o “trabalhador” que é
muito mais seguro “o trampo” com
receptador certo e grana mensal do que ter a tarefa também da venda do produto
do roubo.
Podem acreditar que pegaram a trama
por força de denúncia de concorrente meio-puro. Aí os Homens da Lei chegaram
com tudo: fiscalização geral de todos os procedimentos das casas de comércio
similares ao longo de uma das maiores avenidas da capital com foco na venda de
peças e acessórios.
Eu não quero pensar que seja Melhoral
prá câncer. Prefiro pensar que isto está incorporando à paisagem. Rotina da
cena nacional.
Mas que a lá de cima tá ficando
mais difícil, eu acho que ninguém tem dúvida. O delator do esquemão mesmo disse
que para 2014 a coisa deve manerar um pouco. Os americanos passaram por esta
experiência na época dos gangsteres.
Não vai secar de todo, mas que “neguinho” ainda vai correr atrás, eu
acho que vai.
Os motivos dele não são institucionais,
são pessoais. Aí que mora o perigo.
E com uma agravante: ontem na
audiência pública sobre a questão das biografias parece que se sinalizou uma
tendência. O STF deverá acatar a tese de que não será necessária a autorização
prévia do biografado para a publicação de suas peripécias.
Com texto quente vem por aí.
Até breve.
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