Maria Alice é uma mulher crua.
Não é de hoje, mas de sempre: crua.
Jamais esteve nos braços rolando aos corpos de homens, nem de lésbicas. Por
escrúpulos, também não aceita pagar para comê-la.
Não que seja feia, mas crua. Não
que não se apresente, mas crua. Não que não queira e muito ser comida até de
maneira selvagem, mas crua.
Inúmeras tentativas históricas
foram tentadas por Maria Alice que a levasse a leitos, relvas, banheiros a
bordo de aviões, elevadores, aos lugares mais inusitados.
Nunca ninguém quis, sob nenhuma
abordagem, comê-la.
Apenas para se ter a dimensão de
quão crua, é bom citar duas destas tentativas de Maria Alice.
No último Rock in Rio ela esteve
todas as noites vagando nua em pelo por entre o público de todos os palcos.
Roçando seu corpo nos milhares de pessoas, com coreografias que incitasse ao
ato, mas e nem mesmo assim ninguém a comeu.
Ontem, à noite, esteve no Mineirão.
O Cruzeiro, líder do Campeonato, fez quatro gols nos primeiros trinta minutos
de jogo. Ela apostou que dali prá frente o jogo, definido, tornar-se-ia
sonolento.
Preparou-se toda. Logo que começou
o segundo tempo ela se fez em pelo e circulou pelas arquibancadas. Mas nada.
Por um momento ouviu a torcida em uníssono gritar olé e desejou, ah como
desejou, que o seu corpo, como uma bola, fosse de corpo a corpo em frenesi.
Mas nada. Ninguém a comeu.
Dormiu de ontem prá hoje com uma
ideia derradeira e limítrofe. Depois disso, se se frustrar só lhe restará
desistir.
Hoje à noite sentará solitária em
frente à TV e prestará toda a atenção que lhe for possível.
Procurará entender como os
patrocinadores do The Voice Brasil
conseguiram comê-lo.
Até breve.
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