Li que amanhã acaba o processo do
Mensalão e que devem ser expedidos os mandados de prisão para os apenados. Tem
até condenado preparando-se para lavar roupa e cozinhar na prisão.
Li também que a Câmara dos
Deputados votou por unanimidade a queda do voto secreto, o fim do voto ninja,
aquele que o cidadão nomeado representante venda nossos olhos e tapa nossos
ouvidos ao seu posicionamento.
Agora para o voto ser aberto em
todas as esferas do Legislativo (federal, estadual e municipal) e explicitar a
nossa vontade, ou não, tem que ser ainda votado no Senado em dois turnos.
Li também que os encapuzados nas
manifestações de rua têm que se identificar, caso contrário serão levados à delegacia.
Na Câmara pode?
Democracia é um exercício de
paciência e extremamente dispendiosa. Quanto gastamos com essa parafernália
toda de papeis, infraestrutura, passagens aéreas, consultores jurídicos, isso,
aquilo e mais aquiloutro?
Toneladas de papeis que deverão ser
guardados em espaços de custo por metro quadrado nas extratosferas (assim mesmo,
com X).
Lembrei-me de um trecho de
Guimarães Rosa, em Sagarana:
"Major Anacleto relia - pela vigésima terceira
vez - um telegrama do Compadre Vieira, Prefeito do município, com transcrições
de um outro telegrama, do secretário do Interior, por sua vez inspirado nas
anotações que o presidente do Estado fizera num anteprimeiro telegrama, de um
ministro conterrâneo. E a coisa viera vindo, do estilo
dragocrático-mandológico-coactivo ao cabalístico-estatístico, daí para o
messiânico-palimpséstico-parafrástico, depois para o
cozinhativo-compradesco-recordante, e assim, de caçarola a tigela, de funil a
gargalo, o fino fluido inicial se fizera caldo gordo, mui substancial e eficaz;
tudo isso entre parênteses, para mostrar uma das razões por que a política é ar
de fácil se respirar -, mas para os de casa, os de fora nele abafam, e
desistem".
Li, como de praxe,
o meu horóscopo:
“Demonstrar interesse pelas pessoas é valioso, mas
contraria a lendária contenção dos piscianos. Pense assim, é necessário que
pareça que você aprecia as pessoas próximas, não é suficiente apreciá-las em
silêncio”.
A primeira parte
deste post é um espanta leitor, que não procura em mim nenhum esclarecimento do
que se passa. Sempre sou acessado mais quanto escrevo sobre pessoas. Só que eu
não me emendo.
Se eu prestasse
mais atenção aos astros eu já teria gasto espaço virtual e paciência do leitor
com meu afeto por algumas pessoas próximas. Quais? Eu prefiro me conter. Se bem
que não.
- Adoro você,
Noninha!
Até breve.
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