sexta-feira, 16 de agosto de 2013

NOMBRE



Para quem se abre às nuvens e à tela quase que a cada dois dias e que já o fez por perto de quatrocentos e cinquenta vezes (este é o post 449) deveria ter mais cuidado com que se expõe.

O mundo é feito de perigos vários.

Inclusive o de ser ouvido. No post anterior, por exemplo, quando à partir de um ícone (Noninha) abordei a economia do afeto. Diminutivo nas coisas (panelinha, trequinhos, casinha) e superlativo nas expectativas (NOSSA!!!) fiquei pensando sobre nossas barganhas.

Houve uma época em que os sentimentos fundamentavam as relações. Por eles construíam-se alianças e materialidades, ideais inclusive, para não dizer até ideologias. Incluso as reformistas ou as revolucionárias.

- “Hay que endurecerse, pero si perder la ternura jamás”...

No fundo de cada um, viver a “revolução” era belo. Nunca violento ou vândalo. As circunstâncias podem ter forçado aquele que, tendo jurado em Hipócrates, trocasse seus bisturis, estetoscópios, seringas por fuzis. Sua imagem, com o boné de estrela solitária, hoje capitalizada, ainda estampa.

Outro dia aqui falei de Bakunin e hoje trago Che.

Houve um tempo que o tempo era governado por expectativas em ideias, ideais, ideologias que sinalizavam a redenção.

O que há com o nosso tempo?

Estamos todos focados em nossos metais que nos socializam em extratos guetos. A individuação exacerbada impede que seja possível uma causa, um porvir, um qualquer novo tempo.

Vide o Egito em anexo, o Iraque ou a Síria.

Aqui, com os meus pequeninos e inexpressivos botões me calo. Eles Não depositam mais crédito em minhas idiossincrasias, eles não transam mais meus dizeres quase sempre vagos.

Outro dia ouvi no rádio uma entrevista com o Capinan. Ele disse que entregou ao Gilberto Gil a letra de uma canção logo que terminava o Festival da Canção Popular de 1967: Soy Loco por Ti América. Guevara havia acabado de ser assassinado em combate (?).

...”El nombre del hombre muerto ya no se puede decirlo quién sabe?

...
El nobre del hombre muerto és pueblo...”

Triste tempo de vandalismos, atentados, golpes todos sem a menor ternura.

Feios.




Até breve.

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