Estocolmo é esplendorosa. Fosse
este blog especializado em roteiros turísticos apontaria um sem número de atrações
que encantam a qualquer pessoa.
Restrito ao olhar e intimista do
autor, os posts acabam por fixar em alguns pontos que possam ter despertado os músculos
de seu coração e/ou de seu cérebro.
Um guia especializado destacaria os
inúmeros edifícios, igrejas luteranas, o braço do Mar Báltico e o majestoso lago azul que banham a
cidade . A rua mais estreita do mundo e o casario da
cidade antiga.
Seus convidativos restaurantes,
pubs, casas de espetáculos, infinitos museus como o Museu ABBA, inaugurado há
dois meses, que guarda o extraordinário sucesso que fizeram Agnetha, Benny,
Bjorn e Anni, até que uma delas resolveu engravidar e abandonar o show business.
O Parque Nacional, dentro da
cidade, que expõe várias moradias em projeto original que foram construídas
pelos escandinavos ao longo da história. Alí também estão expostos ao ar livre
animais como o Alce, o Bisão, o Mousse, focas, lontras e ursos, além de tantos
outros. Tendo pernas dispostas, vale o ingresso.
Faço dois registros com interesse e
emoção especiais: o Museu Vasa e o Museu Nobel.
Em 1625 o rei Gustaf II Adolph
resolveu demonstrar ao restante da Europa o seu poderio. Mandou construir o
maior e melhor navio de guerra da época. Entre projeto e execução foram despendidos três anos e o navio
ficou pronto em 10 de agosto de 1628, quando fez sua viagem inaugural na
presença de vários reis e de seus súditos.
Ocorre que Gustaf mandou colocar um
número de canhões incompatível com a capacidade da embarcação. O navio fez o
percurso de uns 1200 metros e naufragou em minutos com seus mais de
quatrocentos tripulantes. Perto de quarenta morreram.
Um estrondoso fracasso que deu ao
rei Gustaf o nome de “A gargalhada da Europa”.
Inúmeras tentativas de resgatar o
navio foram feitas. Em 1670 conseguiram resgatar apenas os canhões. Em 1961,
333 anos depois do naufrágio, especialistas conseguiram içá-lo da profundidade
de 33 metros e trazê-lo à tona.
Vinte e um anos foram investidos em
um meticuloso, árduo e competente trabalho de restauração. 98% da embarcação foi
mantido do original, inclusive as centenas de figuras esculpidas em madeira,
bem como móveis, adornos, lustres que fizeram que o Vasa recebesse na época o
nome de “Castelo Flutuante”.
Hoje, o Vasa é uma das maiores
atrações turísticas mundiais, oferecendo uma perspectiva única da Suécia do
início do século XVII. Não fossem as gargalhadas este navio teria servido à
conquistas e feito inúmeras vítimas. Poderia ajudado a construir um outro
desenho geopolítico da História.
Não fosse o determinismo, a
paciência e os recursos alocados nós não estaríamos agora vendo a exuberância
da arte e engenharia humanas.
O Navio Vasa, A Gargalhada da
Europa, é hoje um esplendor.
Emocionante, porém, é estar no
Museu Nobel e ouvir a gravação de seu testamento. Neste momento há uma
exposição MAKING PEACE – ESTOCOLMO 2013 com fotos contundentes de conflitos
mundo afora. As imagens falam por si.
Ação da Polícia Militar de Manaus contra manifestação de índios
Estocolmo é uma das cidades que, se
eu pudesse, seguramente retornaria.
É fascinante.
Até breve.
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