domingo, 21 de julho de 2013

NOBEL



Estocolmo é esplendorosa. Fosse este blog especializado em roteiros turísticos apontaria um sem número de atrações que encantam a qualquer pessoa.

Restrito ao olhar e intimista do autor, os posts acabam por fixar em alguns pontos que possam ter despertado os músculos de seu coração e/ou de seu cérebro.

Um guia especializado destacaria os inúmeros edifícios, igrejas luteranas, o braço do Mar Báltico e o majestoso lago azul que banham a cidade . A rua mais estreita do mundo e o casario da cidade antiga.

Seus convidativos restaurantes, pubs, casas de espetáculos, infinitos museus como o Museu ABBA, inaugurado há dois meses, que guarda o extraordinário sucesso que fizeram Agnetha, Benny, Bjorn e Anni, até que uma delas resolveu engravidar e abandonar o show business.

O Parque Nacional, dentro da cidade, que expõe várias moradias em projeto original que foram construídas pelos escandinavos ao longo da história. Alí também estão expostos ao ar livre animais como o Alce, o Bisão, o Mousse, focas, lontras e ursos, além de tantos outros. Tendo pernas dispostas, vale o ingresso.

Faço dois registros com interesse e emoção especiais: o Museu Vasa e o Museu Nobel.

Em 1625 o rei Gustaf II Adolph resolveu demonstrar ao restante da Europa o seu poderio. Mandou construir o maior e melhor navio de guerra da época. Entre projeto e execução foram despendidos três anos e o navio ficou pronto em 10 de agosto de 1628, quando fez sua viagem inaugural na presença de vários reis e de seus súditos.

Ocorre que Gustaf mandou colocar um número de canhões incompatível com a capacidade da embarcação. O navio fez o percurso de uns 1200 metros e naufragou em minutos com seus mais de quatrocentos tripulantes. Perto de quarenta morreram.

Um estrondoso fracasso que deu ao rei Gustaf o nome de “A gargalhada da Europa”.

Inúmeras tentativas de resgatar o navio foram feitas. Em 1670 conseguiram resgatar apenas os canhões. Em 1961, 333 anos depois do naufrágio, especialistas conseguiram içá-lo da profundidade de 33 metros e trazê-lo à tona.

Vinte e um anos foram investidos em um meticuloso, árduo e competente trabalho de restauração. 98% da embarcação foi mantido do original, inclusive as centenas de figuras esculpidas em madeira, bem como móveis, adornos, lustres que fizeram que o Vasa recebesse na época o nome de “Castelo Flutuante”.



Hoje, o Vasa é uma das maiores atrações turísticas mundiais, oferecendo uma perspectiva única da Suécia do início do século XVII. Não fossem as gargalhadas este navio teria servido à conquistas e feito inúmeras vítimas. Poderia ajudado a construir um outro desenho geopolítico da História.

Não fosse o determinismo, a paciência e os recursos alocados nós não estaríamos agora vendo a exuberância da arte e engenharia humanas.

O Navio Vasa, A Gargalhada da Europa, é hoje um esplendor.

Emocionante, porém, é estar no Museu Nobel e ouvir a gravação de seu testamento. Neste momento há uma exposição MAKING PEACE – ESTOCOLMO 2013 com fotos contundentes de conflitos mundo afora. As imagens falam por si.













Ação da Polícia Militar de Manaus contra manifestação de índios 


Estocolmo é uma das cidades que, se eu pudesse, seguramente retornaria.

É fascinante.



Até breve.

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