CERNE

Noninha completou ontem onze meses de idade. Está há um passo de dar os passos. Entende cada vez mais as demandas e responde com graça e ternura a estímulos dos adultos.

Nós tínhamos em nossa casa em Santa Luzia um poço de peixes. Dava-me mais trabalho que contemplação. Manter seis metros cúbicos de água permanentemente cristalina é uma tarefa onerosa e chata, às vezes.

Resolvi tapar o poço mantendo uma cascata que fica próxima. Ao lado idealizamos uma casinha de brinquedo para nossos netos, seus primos e seus amiguinhos. Um metro e noventa por um metro e noventa e pé direito de dois metros e dez.

Ontem estava com os rapazes contratados para montar a casinha de madeira que, sem projeto, determinou o meu acompanhamento presente. Na semana passada já havíamos feito o piso decorado com ladrilhos.

Amanhã irão pintá-la repetindo as cores de nossa casa. Paredes terracota, pilares de osmocolor mogno, janelas e porta de verde.

Depois, quando voltarmos da Escandinávia para onde embarcamos no próximo domingo, vamos instalar a gangorra de duas cadeiras e um escorregador.

Enquanto instruía o carpinteiro me coloquei a pensar sobre o momento. Edifiquei nossa casa investindo mil dias em uma tarefa intensa, detalhada e cuidadosa. A casinha ficou pronta ontem mesmo, faltando somente a fixação da porta e das duas janelinhas.

Acho que doravante será assim mesmo. Cada dia dedicado agora à Noninha e depois também aos próximos netos equivalerá a mil de outros tempos.

A Vida sempre me recompensou.  

"Nooossa!!! Eu já tô doida prá ver minha casinha no sítio" 

Até breve.