sábado, 22 de junho de 2013

PRÁXIS


À margem os marginais. Não é deles a cena principal do que se passa. Fazem parte da sociedade brasileira e saíram às ruas para ganhar manchetes pela sua desgraça. Talvez se façam necessários mesmo para dar a dimensão do mal estar.

Gostei do discurso da Presidente. Temia muito por ele. Depois de ouvi-la achei que ela deixou pouca margem para críticas que não sejam positivas. E mais: trouxe para o centro das instituições a demanda das ruas.

Ultrapassou seus poderes constituídos especialmente quando decide transferir 100% dos recursos do petróleo para a educação. Em situações normais de temperatura e pressão uma decisão destas demoraria anos para tramitar por todos os caminhos da burrocracia democrática, além de implicar em um sem número de perdas via pedágio e corrupção presentes.

Gosto da intervenção sobre a mobilidade urbana. Posts atrás comentei sobre São Paulo. Um horror. As cidades se transformam no pior lugar para se viver.

Na Saúde, achei acanhada a ação. Nosso drama na área é muito mais amplo do que o nosso efetivo de médicos para a prestação dos serviços. De qualquer forma, ainda que modesta, é uma ação objetiva que pode mitigar perdas.

No plano político assumiu a liderança da nação conclamando os governadores para construírem juntos uma “ampla e profunda” reforma, com vistas a “oxigenar o nosso velho sistema político”.
Avançamos. Agora temos o problema (demanda das ruas) e os responsáveis pelo equacionamento do mesmo (governo) e o encaminhamento das soluções.

Simples assim? O tempo dirá.

Nossa bandeira estadual professa: LIBERDADE AINDA QUE TARDIA. Alguma coisa me diz que seja tarde, que as soluções não venham em um tempo que pacifique os ânimos, que haja resistências de diversas naturezas no plano político e até internacional.

Creio, no entanto, que se mantidas as manifestações de rua, estas medidas propostas pela Presidente serão monitoradas passo a passo. Não acredito que o discurso apenas deva demover as massas. Serão necessários fatos objetivos e contundentes que sinalizem a efetividade das ações.

Contratar médicos em outros países talvez seja a tarefa mais rápida. Alocar recursos do petróleo para a educação e por força desta medida sentir os seus efeitos; construir um pacto político que produza uma reengenharia partidária com intensa participação popular, além de projetar ações que levem efetivamente a uma melhor mobilidade urbana são tarefas complexas na execução e de resultados a médio e longo prazo.

A urbe ruge.

Certa vez uma grande amiga me disse que nós, eu incluso, precisávamos deixar de fazer discurso político e ir para prática.

Eu irei para as ruas.



Até breve.

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