Previsão astral do dia: ”As coisas vão, as coisas vêm, as coisas vão
e vêm, é esse vaivém de tudo que você precisa assimilar da melhor forma
possível e, no entanto, buscar uma alternativa para isso também, pois a vida
não é vaivém apenas”.
De onde elas vêm se não vão? Se não
é apenas vaivém o que é a Vida? Fuifondo? Acho melhor assim: fuifondo. Do
tipo fui tocando na medida do possível, administrando as encrencas,
aproveitando os gostos, afinando instrumentos, tocando minha vidinha buscando
harmonia e percussão.
Já tem mais de sessenta anos que eu
procuro o veio das coisas. Atalho, vereda, caminho, picada, sacada, dica.
E foi assim.
Hoje, por exemplo, tô bão. Amanhã
posso até ficar melhor, ou pior de mim é pouco, já que me conheço. Quando as
coisas vêm é que nos miora ou piora. Miora quando vêm com sinal de
alegramentos. Piora quando vêm com sinal de sufrimentos.
Eu tenho atração pelos dois. Quer
ver: de quando em vez, estou em casa tipo uma hora da tarde, Noninha chega
trazida por Pretinha. Vem alegramento na veia. Quase todo dia à noite, quando
assisto os telejornais ou os leio na internet, vem sufrimento nos tímpanos. Tem
hora que melhor fosse ser surdo.
Quando as coisas vão também tem um
misto tanto de alegramentos quando de sufrimentos. Num me causa tristeza quando
Noninha vai embora, ali pelas sete da noite, levada por Pretinha. Dá até
descanso já que pajear a pequena é pedreira.
A tristeza que me causa o mundo
trazido pelos jornais eu prefiro quimicar como alumbramentos de ser. Fico no
mais das vezes me perguntando de mim com isso, como se fizesse diferença meus
posicionamentos. Tô cada vez mais arredio, mais ensimesmado, mais recolhido e,
de portanto, menos influente em qualquer coisa de efeito concreto.
Só posto. E, como já disse aqui, só
prá Ó.
A solidão na qual escrevo me deixou
com um zumbido no ouvido esquerdo que de tão alto acho que estou ouvindo-o
também com o direito. Ou foi de tanto sufrimentos pelos mundos trazidos?
Sou obrigado a concordar com
meu astrólogo. Acho mesmo que devo procurar alternativa para o vão das coisas.
Vou ao supermercado fazer compras para o feriado prolongado.
E acreditar que a Vida faz ponte.
Até breve.
NOTA: Perguntaram-me porque, às vezes, eu escrevo errado. Eu respondo aqui: bobaje.
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