Amanheci hoje dois anos mais leve.
É que ao longo desse tempo vim
drenando meus espíritos, exalando meus temores, declarando meus amores,
destilando meus rancores, registrando minhas lembranças, minhas andanças.
Escrevi.
Sobre meus olhares até aqui, desde
a minha mais inesquecível infância até o dia de ontem, sobre meus fazeres e
quereres, meus queridos amigos, meus visitares ao mundo em viagens inclusive a
outros lugares tangíveis, sobre meu amor único e eterno, sobre meus amados
filhos e seus amores, sobre Noninha meu Bem.
Dei de Pelé e de Macalé nos meus
posts, alguns em jogadas brilhantes e outros que envergonham a qualquer atleta
das letras. Joguei meu jogo, no entanto. Destilei meu mais amargo fel aos
abomináveis seres que conosco convivem e, por vezes, nos sugam como verdugos
nossa mais cândida esperança.
Escrevi.
Estou a bordo de um vôo para São
Paulo. Inicio hoje um ciclo de oito seminários (de dois dias inteiros) para
executivos de uma companhia de energia. Levo comigo meus quase quarenta anos de
mundo corporativo, bagagem suficiente para reconhecer que pouco sei. Inclusive
nesta área.
Nos últimos dois anos criei um
espaço nessa minha lida especialmente para cuidar, em sua expressão mais
profunda, de dois marcos históricos de minha vida: a chegada de meus sessenta
anos e de minha prioridade absoluta, Noninha. Jamais conseguirei agradecer a
Vida por isto.
Foi um tempo ímpar. Abri meu
coração para sentir com maior gosto o singelo, o ócio criativo, as pessoas
todas, especialmente as mais próximas. Redescobri parentes, perdoei-me de
abandonos.
Inscrevi.
E o pior, gostei. De tudo,
inclusive do ócio, dos passeios às tardes em dias úteis carregando meu Bem no
colo, conversando com ela, dizendo minhas coisas, meus segredos, minhas
esperanças, minhas estórias.
Minhas caminhadas indisciplinadas,
espaço para reflexões e construções basilares de meus posts. Meus fazeres
domésticos, lavar a louça, regar minhas plantas, colocar o lixo na lixeira lá
fora.
Vivi.
E o pior, quero mais. Até que,
chegando minha hora, eu possa subir aos céus ou descer as profundezas deixando
como legado a minha insignificância.
Agradeço a todos aqueles com quem
compartilhei, nesses dois últimos anos, a edição do dasletra.
Até breve.
Parabéns! E obrigado por me fazer refletir!
ResponderExcluirE o tempo voa... Compartilhar pq nao?!
ResponderExcluirNos que temos que agradecer pelos textos e consequentemente reflexões!
ResponderExcluirParabéns...ta ficando cada vez melhor.
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