segunda-feira, 13 de maio de 2013

ESPÉCIME



De repente me dei conta de que, por alguma razão, comecei a dar atenção ao debate que estampa primeira página de jornais, entrevistas especiais em revistas semanais, programas de entrevistas na TV, inúmeros filmes, teses acadêmicas, além de manifestações públicas mundo afora.

A união de pessoas do mesmo sexo, inclusive com amparo legal.

Alguns anos atrás eu assisti a uma entrevista na TV, não me lembro do entrevistador e o entrevistado, também não lembro quem era, disse algo que, na época e ainda agora, me desperta atenção: “Eu não posso amar... Eu não tenho a menor esperança em poder escolher alguém com quem possa passar o resto de minha vida... No fundo, eu não posso ser.

No resort que passamos este final de semana estavam hospedados dois casais de homossexuais masculinos. É assim mesmo que devemos referir a uma dupla de homens homossexuais?

Pois bem, tanto eu quanto Ela interagimos com ambas as duplas quando nos cruzamos em passeios pela praia ou no restaurante do hotel. Ela inclusive tirou fotos de um dos casais no jantar de sábado brindando com os rostos colados, punhos entrelaçados, taças de champanhe.

Vou confessar: eu jamais vou encarar com naturalidade este fato. Embora eu não faça nenhum juízo a respeito e nem me importo a mínima com a escolha de quem quer que seja como entende que deva levar a sua vida, prá mim continuará estranho.

Estranho assim... Estranho. Sem nenhuma questão de ordem religiosa, moral, cultural, mas prá mim é estranho. Sei que já temos publicações prevendo que, em tempo breve, vamos conviver com todo tipo de opções de acasalamento: a caça não será determinada pelo sexo, mas o fato de que aquela pessoa desejada te pareceu interessante capaz de dividir contigo as suas escolhas, seja homem, mulher, bi, homo ou heterossexual, ou até metrossexual.

Estranho.

Ainda fico procurando saber quem é o homem e quem é a mulher, ou seja, quem desempenha qual papel na relação. Será correta a minha dúvida? Depois como deveremos, em futuro breve, referir ao sujeito como homem ou como mulher, ou como seres?

Num sei. Taí uma coisa que talvez se configure mesmo como mais um ícone de nossa época. O ser humano agora abolindo a questão do macho e da fêmea, como serão as universalidades hoje conhecidas: homem gosta de futebol, lutas, corrida de automóveis, esportes radicais, mulheres? Mulher gosta de shoppings, unhas pintadas, saltos altos, batons e homens?

Será que o tempo fará com que afinal homens e mulheres tornem-se iguais? Homem que ama shopping, mulher que se amarra num arranca toco de final de semana em um campinho de várzea, homem que usa bata em cores de última moda, mulher que adora...

Se um e outro puderem dizer que afinal podem amar, ou que podem escolher a um ou a outro e a outro ainda, enfim se puderem ser, qual é mesmo a questão?

Talvez seja por isto que ache estranho.

Até breve. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário