Não sei se procede, de todo, o
comentário anônimo editado em LÁ FORA de que, por Noninha, eu tenha intitulado
o post usando duas palavras.
Ora, não é só bem assim. Confesso
que fiquei feliz por alguém ter se manifestado de que todos os posts, até
então, convidaram a uma única palavra.
Já até juntei algumas, criei
outras, distorci a escrita, enfim me virei para que eu pudesse sugerir que
lavrar é tarefa para cada uma única palavra.
Quando escrevi o post coloquei o
título: LAFORA. Achei que estava ficando convencional, repetitiva a forma e,
então, resolvi inovar. Fiz como é o correto, embora quando fui lê-la, já
editada, tenha achado estranho.
Traí meu estilo, minha forma, minha
proposta. Ou não? Talvez resida aqui algo mais para pensarmos. Transgredir é,
às vezes, consciente e elemento de arte para desenhar o real. Colocar as coisas
exatamente como são esperadas em um contexto de perturbação pode, às vezes, ser
perturbador.
Fico pensando se não está nisto
nosso maior dilema: colocar na desordem ou caos um elemento de ordem e isto vir
a desorientar a tantos.
Imagine se criminosos forem para a
cadeia, se recursos públicos forem integralmente destinados ao público, se
relações forem mais amistosas fundadas em respeito recíproco.
Imagine se for possível que os
contratos sejam integralmente cumpridos, que as dividas sejam pagas, que o
produto entregue seja conforme especificado.
Imagine se o que for dito não seja
mau e nem mal dito. Imagine se pudermos confiar, tecendo com outros empreendimentos
inclusive os de afeto.
Imagine se se colocar ordem no
caos.
Imagine se for possível idealizar o
humano como se espera o humano: Humano.
Não sei, acho que não será de todo
possível. Talvez seja mesmo utópico em clima de turbulência propor harmonia, em
ambiente de competitividade perversa e predatória, propor solidariedade.
Talvez haja mesmo perigo, e cada
vez mais, em se buscar o que é esperado.
Se tudo sugira no ar, o contrário.
Até breve.
Crescemos no que esta fora do nosso controle.
ResponderExcluirimagina se tudo fosse organizado, não haveria desafios e só assim nossa capacidade é exigida, não é mesmo?
Num sei, mas não me parece que a demanda seja por ter tudo organizado. O desafio não é conjuntural e nem estrutural, é ético. A questão está mais na base do Contrato Social do que em seus desdobramentos. Uma base frágil e esgarçada coloca em risco todo a construção da sociedade. Você não acha?
ExcluirConcordo.
ResponderExcluirMas qual deve ser a base, se cada um pensa ter a sua ética?
José Dirceu não pensou estar sendo ético e tentando ajudar o país?
Concordo, mas acho que falta é atitude dos éticos. Talvez haja uma passividade porque tudo esteja certo, mesmo estando esquisito.