Qualé a minha? Eu já digo.
Hoje recebi a conta da companhia prestadora
de serviço de energia do meu apartamento com vencimento em 04 de maio. Nela
consta um valor correspondente à multa e juros de mora por pagamento em atraso
da fatura referente ao mês de março.
Há dez anos esta conta está cadastrada
em meu banco para débito automático e, no mês de março e de abril ocorreu, como
sempre, na data de vencimento da mesma.
Liguei para a companhia, fui
atendido por uma jovem para quem expus o problema. Ela disse que a fatura não
existia. Coloquei o telefone sobre a mesa, levantei-me da cadeira olhei para
fora da janela, me belisquei, e constatei, como eu já supunha, que eu não estava
sonhando. Voltei a ela e disse:
- Filha, estou com a fatura na minha
frente.
- Não pode ser, senhor. Hoje é data
de leitura desta conta e não é possível que o senhor já esteja com a fatura em
mãos.
Eu havia acabado de recolhê-la, junto
a outras correspondências, na portaria do meu prédio minutos antes de ter
ligado para a companhia. Verifiquei novamente o titular da conta. Era eu mesmo.
- O que devo fazer com esta fatura,
filha?
- Não sei.
- Como não sabe?
- Acho que o senhor deve ir a uma
agência mais próxima da companhia e verificar o que pode ter ocorrido.
- Filha, eu vou lhe dizer o que vou
fazer: eu vou ao Procon e depois vou agir no sentido de acioná-los por extorsão
e apropriação indébita...
- Um minuto que eu vou falar com
meu supervisor, aguarde na linha, por favor... É o seguinte, verificamos melhor
e o senhor pode desconsiderar esta fatura.
- Vocês enviarão outra então?
- Como assim?
- Uma sem a cobrança da multa e
juros indevidos...
- Vamos verificar, senhor.
Claro que todos nós já passamos por
situações idênticas, semelhantes e muito mais graves do que esta que é até singela,
banal.
O que me revolta não é a questão em
si, porque ela de uma forma ou de outra terá reparo. A conta foi debitada na
data do vencimento e a correção do equívoco ocorrerá. O que me revolta é o
discurso treinado das pobres atendentes, carregado de finesse e respeito o que
torna mais nauseante o episódio.
Estes são os pequenos crimes
hediondos repetidos à exaustão, cometidos por companhias de diferentes ramos de
atividades, que gastam vultosas somas para vender uma imagem absolutamente
distorcida da realidade de suas operações.
Hoje assisti, em vídeo, uma entrevista recente (a transcrição escrita está em ENTREVISTA) do ex-Ministro da Casa Civil, condenado por dez anos de cadeia em regime
fechado no caso Mensalão. Ele denuncia que foi assediado moralmente por um
Ministro do Supremo Tribunal Federal, anos antes do efetivo julgamento, dizendo
que ele, o Juiz, teria dito que votaria pela absolvição do Ex-Ministro. Por
quanto?
O total entre multa e juros cobrados
indevidamente na minha conta de energia referente ao mês de março e devidamente
paga através de débito automático foi de: R$1,35 (um real e trinta e cinco
centavos).
Eu não pago.
Até breve.
aconteceu o mesmo comigo , estou ao telefone tentando que a CEMIG entenda que eu não tenho culpa , mas a CEMIG quer que eu vá uma de suas agencias e prove que o debito foi feito no dia certo.
ResponderExcluirGILBERTO