Primeiras impressões sobre
Francisco, Bispo de Roma.
Não foi lapso, a meu ver, no seu
primeiro pronunciamento a referência à Roma. Prefiro acreditar que ele nos
convida às origens, à tradição, à nossos limites que nos constituem
historicamente.
A escolha do nome é outro recado
que, a mim, parece emblemático. Envolve o conceito de uma conduta de abdicação
das riquezas mundanas para o acolhimento ao simples e à adoção desafortunada de
bens e ostentações.
Francisco avança para trás.
Convida ao serviço e à entrega ao
outro, como queria Aquele que ele se faz representar.
Não será favorável, penso eu, às
demandas do contemporâneo: ele provavelmente não somará com os defensores de “adaptações
às novas realidades” como o aborto, a queda do celibato, o casamento entre
homossexuais e a ordenação de mulheres.
O Bispo de Roma não caminhará sobre
a tese de que ao homem é facultado o direito de decidir sobre a vida; o
casamento serve à multiplicação da espécie e a representação de Cristo só pode
se dar na figura de um homem.
O Bispo de Roma continuará entendendo
que a dedicação celibatária ao sacerdócio é a via que endereça ao Divino,
desatrelada das práticas e costumes mundanos. O homem sacerdote serve para
servir, exclusivamente. Amar é o prazer que se coloca na perspectiva de servir
ao outro.
Sem estes preceitos não será Igreja será, como disse o Santo Papa, uma ONG piedosa.
Espinhosa tarefa esta do novo Pontífice.
Ou não.
Como tudo na modernidade será
rapidamente absorvido, consumido e entrará para o rol dos acontecimentos
marcantes do ano de 2013 e logo será esquecido. A vinda dele ao Brasil coincidirá
com a Copa da Confederações, depois vem 2014 a Copa do Mundo e as eleições,
para quê mesmo?
Enfim, pautas midiáticas.
É uma pena.
A renúncia de Bento e a posse de
Francisco deveria nos servir para algo mais. Ambos com seus gestos parecem
querer nos dizer: “Eu prefiro ter uma
velha opinião tomada sobre tudo, do que ser uma ambulante metamorfose”.
Ambulante no sentido de perdido,
metamorfose no sentido de conduzido pelas massas.
Eu, de mim, prefiro.
Até breve.
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