Já que o debate não é o Sagrado
vamos pela via do mundano.
Não estou nada satisfeito com a
cobertura feita pela mídia dos fatos que antecedem à eleição do novo Papa. Na
verdade estou decepcionado.
Esperava, como é do costume, muito
mais conteúdo na cobertura do espetáculo. Hoje muito cedo, quando liguei a TV,
esperava ver extensa matéria sobre a biografia de cada um dos cardeais
brasileiros que participam da escolha do novo chefe da Igreja.
Imagens da residência de cada um
deles com seus familiares empunhando bandeiras da Congregação da qual o ilustre
parente faz parte, eufóricos e entoando jingles de campanha: “Pá, Pá, Pá, Pá... Zezinho é nosso Papa”!
Entrevista com a mãe: “Zezinho sempre foi um bom menino. Nunca quis
isso que pode acontecer hoje com ele... Na verdade, eu que sempre sonhei em ter
um filho Papa”.
Ou com o cunhado: “Eu casei nesta família sempre acreditando
poder me apoiar no seu caráter”.
Enquanto isto, ao fundo das imagens
das entrevistas na residência de familiares, crianças (algumas sobrinhos do
candidato) fazem embaixadas com bíblia e do terreiro ouve-se alaridos de
disputa por outro exemplar: “Essa bíblia
é minha, foi titio que me deu!”.
Em cenas externas outras pessoas
que conviveram com os cardeais candidatos são catalogadas para opinarem sobre
as suas características.
A professora do primário: “Zezinho sempre tirou dez em comportamento.
Na hora do recreio ele sempre continuava na sala, estudando”.
O padeiro da esquina da rua onde está a casa em que o
cardeal candidato nasceu: “Ele sempre
comprou pãozinho sovado. Na verdade um único dia ele levou dois pãezinhos
doces. Até hoje eu não sei por que”...
Uma amiga da adolescência: “Eu sempre fui doida para namorar com ele,
mas ele era tão manso”...
Um amigo também da adolescência: “Eu sabia”.
O espetáculo merece também uma
consulta popular. Estou sentindo falta de fotos dos cardeais dando entrada nos
intervalos comerciais com o número de telefone a ser chamado: “Se quer que o Fulano seja o Papa ligue 0300
720 715; se quer que o Ciclano seja o Papa ligue 0300 720 720, e assim por
diante. O resultado você terá quando surgir a fumaça branca do teto da Capela Sistina”.
Acho que pela natureza do
espetáculo poderiam nos poupar dos impostos pela ligação telefônica e parte do dinheiro deveria ser enviado para a OCENG-Organização Corrupta Explícita Não
Governamental, ASINPAPAL, Associação dos Infelizes de Paragominas de Alagoinhas
das Alagoas, que assiste milhões de pessoas na periferia da grande metrópole e é
dirigida por um Senador largamente conhecido pelos seus inúmeros processos
filantrópicos.
Em um evento desta magnitude não
poderia faltar estes ingredientes para preencher nosso vazio. Prefiro estas
manifestações a outras, aquelas que dão conta dos crimes sexuais, disputas de
poder vaticanais e extorsões de toda monta que nós, simples pecadores, não somos
capazes de imaginar a extensão.
Arq! Mundão de Deus.
Até breve.
Kakakakakkkkk
ResponderExcluirNada a declarar...estou rindo...ou melhor, chorando de tristeza por viver neste mundão de podridões!