sexta-feira, 8 de março de 2013

NONA



Dia Internacional da Mulher.

A quem convidamos para homenagear no dia de hoje? Ao Ser de buraco, de racha, que sangra uma vez ao mês no tempo do multiplicai-vos e depois vê calores corroendo suas entranhas até que é levado aos aposentos para o ocaso da existência?

Ou ao Ser Social que só a partir do início do século passado, por forças de inúmeras lutas, viu incluir-se como sujeito aos direitos sociais (?) e mais para o fim do século ao mercado (Arq!...) de trabalho quase em igualdade de condições?

Ou ainda ao ser que hoje tem a ser dispor delegacias de polícia especiais, como outros animais e o meio ambiente, para defender-se de seus criminosos predadores contumazes?

A quem referenciamos no dia de hoje?

Às conquistas, à liberdade e posse desse corpo, aos postos de comando em diferentes áreas, aos espaços ocupados e ampliados?

Prefiro não ocupar-me destas abstrações. Mais uma vez colido com a convenção e a exploração midiática. Prefiro pensar no que está diante de mim e sobre o qual padeço influência.

Eu de mim vivi duas mulheres no passado, minha avó materna Eulália e minha mãe já se foram. No presente tenho três. Ela, minha Mulher, assim mesmo absoluta, não no sentido possessivo já que mesmo por meu caráter machoso eu, para quem a conhece, não tenho a menor chance. Minha filha, Pretinha e minha neta, Noninha.

Assim, fosse eu homenageá-las por um único dia, uma tolice, seria 04 de abril, 25 de março e 01 de agosto, não no dia de hoje. Em um dia 04 de abril debrucei meus olhos pela primeira vez sobre Ela. Em um dia 25 de março a minha vida encheu-se de graça com a chegada de Pretinha e em um dia 01 de agosto eu padeci, verdadeiramente, do parto de Noninha.

Minhas mulheres são as minhas únicas marcas indeléveis e por elas minha vida se orienta e se desorienta. Tenho a cada dia isto mais presente na medida em que me colocam em um lugar de auxiliar. Ela me quer para acompanhá-la em suas viagens, supermercados, cinemas, médicos e laboratórios, restaurantes, rua, andares e fazeres. Pretinha me pede de um tudo face às circunstâncias. Noninha ainda não por si própria, mas é pura demanda.

Minha tarefa é estar por conta delas. E, pior, eu gosto.

Penso que jamais deveriam evoluir tanto a ponto de serem independentes, para que um nosso lugar continue possível. Quero para todo o sempre continuar tentando servir às minhas mulheres para lá do meu alcance.

Fora elas, no abstrato, penso que se cada homem cultuasse suas mulheres, quem sabe a humanidade estaria melhor?

Mande flores para as suas, mesmo que hoje seja um dia qualquer e que um monte de outros homens façam o mesmo, impelidos pela conveniência.

Um dia, você melhor, ela acreditará.


Até breve.

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