Dia Internacional da Mulher.
A quem convidamos para homenagear
no dia de hoje? Ao Ser de buraco, de racha, que sangra uma vez ao mês no tempo
do multiplicai-vos e depois vê calores corroendo suas entranhas até que é
levado aos aposentos para o ocaso da existência?
Ou ao Ser Social que só a partir do
início do século passado, por forças de inúmeras lutas, viu incluir-se como
sujeito aos direitos sociais (?) e mais para o fim do século ao mercado
(Arq!...) de trabalho quase em igualdade de condições?
Ou ainda ao ser que hoje tem a ser
dispor delegacias de polícia especiais, como outros animais e o meio ambiente,
para defender-se de seus criminosos predadores contumazes?
A quem referenciamos no dia de
hoje?
Às conquistas, à liberdade e posse
desse corpo, aos postos de comando em diferentes áreas, aos espaços ocupados e
ampliados?
Prefiro não ocupar-me destas
abstrações. Mais uma vez colido com a convenção e a exploração midiática.
Prefiro pensar no que está diante de mim e sobre o qual padeço influência.
Eu de mim vivi duas mulheres no
passado, minha avó materna Eulália e minha mãe já se foram. No presente tenho
três. Ela, minha Mulher, assim mesmo absoluta, não no sentido possessivo já que
mesmo por meu caráter machoso eu, para quem a conhece, não tenho a menor
chance. Minha filha, Pretinha e minha neta, Noninha.
Assim, fosse eu homenageá-las por
um único dia, uma tolice, seria 04 de abril, 25 de março e 01 de agosto, não no
dia de hoje. Em um dia 04 de abril debrucei meus olhos pela primeira vez sobre
Ela. Em um dia 25 de março a minha vida encheu-se de graça com a chegada de
Pretinha e em um dia 01 de agosto eu padeci, verdadeiramente, do parto de
Noninha.
Minhas mulheres são as minhas
únicas marcas indeléveis e por elas minha vida se orienta e se desorienta.
Tenho a cada dia isto mais presente na medida em que me colocam em um lugar de
auxiliar. Ela me quer para acompanhá-la em suas viagens, supermercados, cinemas,
médicos e laboratórios, restaurantes, rua, andares e fazeres. Pretinha me pede
de um tudo face às circunstâncias. Noninha ainda não por si própria, mas é pura
demanda.
Minha tarefa é estar por conta
delas. E, pior, eu gosto.
Penso que jamais deveriam evoluir
tanto a ponto de serem independentes, para que um nosso lugar continue
possível. Quero para todo o sempre continuar tentando servir às minhas mulheres
para lá do meu alcance.
Fora elas, no abstrato, penso que
se cada homem cultuasse suas mulheres, quem sabe a
humanidade estaria melhor?
Mande flores para as suas, mesmo
que hoje seja um dia qualquer e que um monte de outros homens façam o mesmo,
impelidos pela conveniência.
Um dia, você melhor, ela acreditará.
Até breve.
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