Seguinte: Pretinha, que ontem comemorou
aniversário e consegue ficar cada dia mais linda, fez um comentário que eu
achei legal de trazer aqui.
Estávamos almoçando juntos em
família e ela disse que havia recebido um vídeo editado no YouTube. Um sujeito,
no vídeo, fala do que distingue um homem de uma mulher.
Para ele o homem tem no cérebro
várias caixinhas onde ele guarda repertório sobre alguns assuntos e toda a sua
ação no mundo deriva daquele enquadre. Cada demanda trazida pelo externo o
homem reage de forma burocrática, caixinha por caixinha, assunto por assunto.
Não coloque o homem diante de duas ou mais questões que ele vai se embaralhar
todo.
A mulher, por sua vez, tem no
cérebro um emaranhado de fios, boa parte deles desencapados. Daí a razão, eu
suponho, que nenhum homem é capaz de entender a nenhuma mulher e toda e
qualquer mulher é capaz de fazer conexão desencapada com qualquer outra mulher.
Pois bem, quem quiser ver o vídeo
que procure por que eu mesmo não tive muito interesse.
A questão é que hoje bem cedo
quando aguardava um voo para Campinas me deparei com uma caixinha do meu
cérebro. Lá eu guardo minha boneca, Pretinha.
Ando com ela por todos os lugares que vou, sinto-a presente, até porque ela também não deixa que eu a esqueça por um instante sequer, sempre me acessa via celular, WhatsApp, FaceTime, msn, esses trens todos.
E olhem que ela me diz que não
temos diálogo, e não temos mesmo. Ela só diz que eu sou muito bobo, ou que sou
muito engraçado. Em nossa linguagem é tudo o de melhor que eu posso ouvir de
Pretinha.
Tenho apenas dito para ela que não
convém levar para sua analista esta sensação de que depois que Noninha nasceu
eu não dou mais atenção para ela, que é só Noninha prá lá, Noninha prá cá.
Simplesmente porque é a pura verdade.
Hoje, no entanto, abri minha caixa
onde eu guardo minha boneca, Pretinha. Quando me deparo com ela, com este
assunto, com esta pessoa sinto um imenso orgulho de ter tido o privilégio de
recebê-la como filha.
Tomara que um de seus fios mais do
que desencapados nunca entre em um curto tal que perca de vista quão ela
continuará sendo para mim uma das caixinhas mais importantes para o meu verso.
Depois de Noninha, claro!
Até breve.
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