Se bem que talvez toda a minha tese
(?) lançada nos últimos posts valha somente para nós brasileiros. Dormência faz
parte do traço de nossa personalidade para não dizer de outra que é a alegria.
Diante do adverso sempre criamos
pilhérias. Melhor assim do que sair por aí lançando bombas sobre edifícios e
matando inocentes, como é próprio de outros povos diante de seus quereres.
Temo apenas que nossa alegria fique
no limiar da idiotia, aquela patologia que dá conta do sujeito que ri
independentemente do que lhe é trazido.
Peralá, também não é tão grave
assim. Nos jornais há muita inteligência política especialmente nos espaços,
teoricamente, reservados ao humor. Quem sabe por esta via, o recado seja dado.
Para ilustrar fiz uma síntese de insights
do jornalista Alfredo Ribeiro, que é também o blogueiro Tutty Vasques do
Estadão, publicados nos últimos dias. Em entrevista ao Juca Kfouri ele disse
que devemos procurar sorrir antes de nos indignarmos. Disse também que devemos
ter cuidado com o limite entre o humor e a grosseria.
Vamos ao Tutty, então:
ADES – Suco de Soja Cáustica
ESTÁDIO DO CORINTHIANS – O futebol
é uma caixinha2 de surpresas
MARIA VERÔNICA CALHEIROS – Não é
qualquer mulher que lucra 72% em quatro meses depois de injetar R$290 mil numa
empresa relâmpago do marido
MALUF – “O primeiro que encontrar
conta minha no Chipre, pode ficar com o dinheiro”.
CARTILHA ANTI-SEQUESTRO NA BAHIA –
“Chute os faróis traseiros até que eles saiam para fora, estique seus braços
pelos buracos e comece a gesticular como doido”.
PICHAÇÃO NA IGREJA UNIVERSAL – O
Bispo Macedo, pelo menos, não é argentino.
KIM JONG-UN (líder norte-coreano) -
“Me segura se não eu te ataco”.
Zeroum foi quem me ajudou a
expressar o sentimento de coisas como estas: devo rir ou chorar? Julinho também
já se fez esta pergunta, em comentário posts atrás.
Lembrei-me de minha mãe, feliz, há
cinquenta anos cantando o jingle de campanha de seu candidato à Presidência da
República.
“Varre, varre vassourinha.
Varre toda a bandalheira.
Que o povo está cansado de sofrer desta maneira”.
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda
somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.
Até breve.
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