quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

MODELO



Camila, por seu comentário no post anterior, pegou a ideia. Só mesmo anjos para nos compensar o entorno.

A explicitação do absurdo e do desrespeito às instituições democráticas e a seu protagonista ilustre (o povo) chegou ao limite do obsceno.

O bate-boca entre os principais responsáveis pelo legislativo e pelo judiciário a mim preocupa seja qual for o desfecho.

Caso ao fim dos procedimentos judiciais de praxe ocorra, de fato, a prisão dos condenados e a perda do mandato daqueles que são parlamentares, abrirá uma brecha delicada para juízo de boa parte dos protagonistas da história política recente do país.

Quem esteve no poder dando as cartas nos últimos trinta e poucos anos, e estiver vivo, estará sujeito à verificação de conduta. Os acordos sempre foram sobre a tese de que aquele que cai não pode sair atirando. É melhor que aguarde quando retornar.

Na outra hipótese de desfecho, caso não ocorra nem a prisão e nem a perda de mandato, o que me parece mais provável face às circunstâncias, continuaremos como dantes no quartel de Abrantes.

Se bem que não.

A política será cada vez mais entendida e aceita como a arte torpe do engodo. Ao povo, que legitima a conduta, ficará o maior dano. Entre nós consolidar-se-á a convicção de que a via da esperteza e da tramoia é o caminho mais curto para o sucesso e projeção social.

Consolidar-se-á também e absolutamente a prática da impunidade dos membros da elite, restando apenas aos menos favorecidos a demonstração de que o crime não compensa.

Enfim, neste particular, nada pode estar tão ruim que não possa ainda piorar. De qualquer forma, e eu não sei por que não me limito exclusivamente a isto, ainda há sim uma esperança.

Flagrei-a ontem. A vida compensa.



Até breve.

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