Clara, também, completou sessenta
anos no último dia vinte. Fomos a uma pizzaria ontem para recomemorar.
À mesa piadas, causos, trocas de
confidências em conversas paralelas, atualidades, projetos e viagens.
Percorrendo a intimidade do grupo o
tema: está a cada dia mais próximo o
inexorável. Alguém comentou do impacto que sentiu ao assistir ao filme Amour,
que deixa mudos os espectadores ao saírem do cinema.
Fiquei sabendo também que o Detran
entrega uma placa que faculta a sexagenários estacionamento privativo (assim
como para portadores de necessidades especiais).
Outro me diz que comprará um
apartamento para garantir tempos vindouros. Outra que está pensando em chutar o
balde e contratar uma viagem com a Fredtour e pagar seiscentos euros por diária
em hotel para lordes.
Alguém recém chegado dos USA trouxe
o IPadinho e o IPhone V. Absorto ao longo de toda a pizza, entregue a
descobertas de todos os coloridos e instantaneidades. Apresentou-me, e eu
dowlei, o Bump. Vem a ser um dispositivo que a partir de um “esbarrão” em outro
aparelho se estabelece conectividade. Isto tornará o futuro melhor. A
tecnologia não suprimirá de todo o contato entre as pessoas, manterá esbarrões,
ainda que breves.
Em viagem à São Paulo uma amiga
integrante do grupo nos passa, via WhatsApp, uma preocupação: “Pergunte aí à turma se alguém sabe como em
posso espermabilizar minha cobertura. É que ela está cheia de humildade.”
Outra completa com cantadas de
pedreiros: “Garota, você precisa de
shampoo? Euserve?”
Uma loura, dona do estacionamento
pergunta a um cliente: O senhor quer que
eu vá buscar o seu carro? Sim, responde o cliente. Qual é o carro do senhor? Pergunta a loura. Um Celta preto, responde o cliente. É parece que sim, vai chover. Arremata a loura.
Algumas fotos, brindes e
gargalhadas depois nos despedimos intensos como se fosse esta a última vez. “Vamos nos reunir pelo menos a cada quinze
dias?”
Espero que por muitos anos ainda.
Com todos.
Até breve.
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