Vamos lentamente aquecendo as
agendas, voltando aos cotidianos que chamo operacionais da vida. Sim, porque
para mim a vida pode ser classificada em duas perspectivas: a objetiva e a
existencial.
A objetiva diz respeito aos fatos e
dados e a existencial às dúvidas.
Até a idade madura, tipo a minha,
concentramos nossa tensão (para não dizer tesão) nas questões objetivas,
relacionadas quase sempre ao edificar. Patrimônio social, nossa rede de amigos;
patrimônio profissional, nossa carreira; patrimônio econômico-financeiro,
carro, casa, poupança e patrimônio familiar, nosso parceiro e nossos filhos.
Edificadas, as questões objetivas
entram em processo de estabilização, não que percam importância e atenção, mas,
pelo menos no meu caso, não são aquelas nas quais tenho focado minhas energias.
Meus filhos já são donos do nariz e complementos; amigos, tenho muitos e são de
tempos remotos; parceira, cada dia fica mais claro que estou em uma aliança
indissolúvel, mesmo que eu supite.
Vejam, por exemplo, Claudinho e
Valesca: bem colocados profissionalmente, curtinho a maravilha que é a Noninha
e agora, acabaram de adquirir um apartamento para o qual mudarão até o final do
mês. Observo-os com atenção, nesta fase de preparação do novo apê para que o
mesmo ganhe a “nossa cara”. Eles
chamaram arquiteta para orientá-los em algumas eventuais modificações, uma em
especial.
Trata-se da expansão da suíte do
casal que fica defronte para a rua. A idéia é de que demoliriam parte da
parede, retirariam porta de correr, colocariam cortina de vidro na atual varanda,
escritório ali, outras coisas acolá, enfim. Existem algumas restrições
estruturais, de mudança de fachada e naturalmente de grana.
Chamo isto, portanto, de operar a
vida. E acho legal a pampa. Fiquei mil dias construindo a nossa casa em Santa
Luzia. Inúmeras vezes fiz reformas em nossas moradas, comprei dezenas de
automóveis e outros trens, fiz a beça.
As questões objetivas são cruciais
para que, na idade madura, as existenciais floresçam com maiores possibilidades
e extensão. E são com elas que me ocupo agora, principalmente.
No último final de semana pinçamos,
aleatoriamente, na TV paga três filmes que assistimos com atenção: “Exílio”, “Impardonables”
e “Avé”. Produções européias com diferentes temas e narrativas.
Temos observado uma questão
recorrente à maioria dos filmes europeus que temos assistido: a decadência do
continente e o impacto sobre os jovens e relacionamentos de maneira geral. Os
três filmes citados acima denunciam de forma dramática a desesperança da
juventude, a perda dos vínculos familiares, o empobrecimento inclusive da
cultura, a perda do sentido da vida.
Aqui entra, para mim, a outra
dimensão da vida: a da dúvida, imperativamente, existencial. Lidar com a
contundência do que tem sido trazido recentemente por diferentes diretores
europeus, tem sido extremamente rico para a reflexão.
Ninguém pode ficar ileso se assistir
à Avé, especialmente. Ele vai ao ar, hoje, no MaxPrime, às 20:20 horas. Mexe
com estrutura e fachada.
Ei vc! Tudo bem por aí? Chegamos do Rio e tb vimos vários filmes por lá, mas o melhor de todos, vimos aqui em BH, em 3D, no Pátio Savassi, que tb mexe com ESTRUTURA e FACHADA... Não perca "As Aventuras de Pi"! E depois comente!
ResponderExcluirBjs
Lydia
Brigado pela dica. Bjo.
Excluir