quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

INÍCIO



Passadas as turbulências patrocinadas pela tradição, ajustados os ossos retorcidos pelos abraços, equilibrados os açúcares e tais em fígados, rins e estômagos, as retinas e os corações, estamos a passos ainda lentos entrando na contagem de um novo tempo.

Um novo tempo?

Sim, um novo tempo. Daqui a pouco nasce Mateo, da Camileta. Piti, diz que se João comparecer, dispõe. Fá deve de chegar junto. Tem da Lola também, Catarina para abril. Bê e Carina só lá pros 2015 ou 2016. Isso só de perto daqui da gente. Fora os deles achegados, que não são poucos, e proliferam.

De tudo eu vou avisando, e sei que já cometo erro grave: Noninha continuará reinando, mesmo em sua casa, já que Pretinha e Claudinho estão forjando novidade breve.

Claro que vou amar a todos os demais e também não será pouco, mas é que nesse momento toda vez que olho para Liz acho-a única e definitiva. Ontem mesmo, quando eu a levava passear no carrinho, ela me fitava pela abertura superior do guarda-sol coberta por um plástico transparente e, a todo o momento, deixava escorrer um sorriso maroto pelos cantos da boca.

Eu adoro o meu novo tempo. Ela, ao me ver, estando onde estiver e no colo de quaisquer, sem me fitar diretamente, apenas correndo os olhos sobre os meus, deixa escapar um sorrisinho breve, intenso que se esvai de lado, assim.

Fez cento e cinqüenta no dia primeiro do ano que Liz está conosco em toda. E a cada visita ela dá sinais de mudança. Agora ela lembra mais Pretinha sem ter perdido alguns traços de Claudinho.

Noninha fecha o tempo passado recente e abre um tempo futuro, me enche de esperança e eu quero muito transferir este astral para a vida no cotidiano. Não nutro grandes expectativas, pois não há evidências objetivas de que o curso dos acontecimentos, nos diversos campos em que se debruça o olhar, vai sofrer alterações importantes.

A governança, como elemento condutor das transformações sociais, não se mostra capaz de empreender, na dimensão que se faz necessária, a ação. Não há recurso em conta para suprir os investimentos demandados especialmente na infraestrutura e em áreas cruciais como segurança e saúde.

A educação, como fator determinante para a alvorada do novo tempo, continua com os mesmos contornos estruturais formando mestres reprodutores de um conhecimento defasado no tempo, impróprio à demanda real e com métodos que não estimulam o interesse ao saber e ao transformar.

Assim, não gosto do que observo e nem vislumbro lideranças capazes de conduzir ações que possam efetivamente desencadear novos paradigmas iluminadores.

No entanto, no micro, na perspectiva individual e egóica, sou obrigado a agradecer todos os dias. O novo tempo abre, sempre que me vê, um sorrisinho maroto que se esvai pelo cantinho da boca.

Assim.

Até breve.

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