Acho que já posso fazer
uma revelação importante.
Estes trezentos e trinta
e poucos posts aqui publicados não são de minha autoria. Minha atividade
laboral não se coaduna com a boa maioria de temas tratados neste blog. Salvo referências e fotos
de minha netinha, tudo o mais são apropriações indébitas de intelectuais ou
pseudo-intelectuais que, por sem ter o que fazer, produzem especulações
aleatórias sobre um tudo.
Esta situação a qual eu
me vejo envolvido assemelha-se, para não dizer que é idêntica, a de ilustres
como Arnaldo Jabor, Luís Fernando Veríssimo e agora, mais recentemente, a diva
Fernanda Montenegro.
Atribuem a ela um texto,
acompanhado de foto e depoimento referente ao seu casamento, cujo teor dá conta
de um manual de como as mulheres devem fazer para manter os seus machos,
espécime escassa no mercado atual.
Pois é, aí surgiu uma
polêmica danada em relação ao fato, trazida por comentaristas que posicionaram
ou a favor do texto, ou a favor da idéia de que não tem a menor importância se
foi Fernanda ou não que escreveu, ou achando um absurdo achar que não tem a
menor importância quem escreveu o texto. Enfim, afinal o que interessa mesmo?
Vivemos uma época hiper
interessante. A profusão de matéria na web rompe com toda a lógica então
vigente, eu prefiro dizer que pirou geral. E eu reconheço que tenho me empenhado
em dar minha modesta contribuição para a despirocada.
Querem ver?
Copiaram um dos textos
aqui publicados, traduziram em vários idiomas, e lançaram na web sob a autoria
de um tal de Kenneth Walker, neozelandês que vive hoje de pequenos bicos nas
ruas de Sofia, Bulgária.
Claro, ninguém leu, até
porque, claro de novo, é pura invencionice minha. O que quero considerar, no
entanto, é que reside aqui o novo. A web não tem escrúpulos, filtro, dogmas,
padrões. É código aberto e a propriedade intelectual foi pro saco o que, em
minha opinião, é ótimo.
A arte precisa manter-se,
para ser digna e pura, na marginalidade e não pode ser vendida embalada como bem
de consumo e nem gerar notoriedade ou holofote a quem a produz a seco.
A arte é Bem Popular e
como tal deve ser sorvida, adulterada, roubada, vilipendiada, copiada, sempre e
quando levar àquele que toma contato com ela a momentos de intensa e
incomparável humanidade.
Viverei momentos de
glória quanto um rato virtual amealhar meu nome, produzir algo de seu, para dar
a conhecer algo que a alguém possa interessar. Ou mesmo apoderar-se de um de
meus textos e alcançar um número maior de leitores. Sei do risco que corro, do
tipo atribuírem a mim a publicação de algo perverso. Não é esse o perigo maior,
pois tenho elementos como me defender.
Perigo maior é o de não
termos tantos artistas ilustres que ao povo interesse, essa meia dúzia de
iluminados, capazes de dar nomes a obras alheias.
Perigo é quando não
tivermos mais Fernanda(s), Jabor(s), Veríssimo(s) e alguns outros para
assinarem textos.
Aí sim, será triste. Restará-nos
a polêmica medíocre.
Até breve.
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