Todo mundo antes do fim tem que vir
ao do mundo, onde o sul faz limite.
É de uma lindeza surpreendente e
que se renova a cada olhar, nos verdes, azuis, amarelos, vermelhos e tantas e
outras cores sobre as quais se deite a vista.
Sasha foi nossa guia em caminhada
de uns quatro a cinco quilômetros cierca do hotel. Ela é uma jovenzinha de
trinta e poucos anos, holandesa que largou sapatilhas de balé contemporâneo por
rifles em safáris na África e, agora, por bastones de apoio em caminhadas ecológicas
em Salto Chico, na Patagônia Chilena. Além do inglês ela fala bem o holanhol,
um belo esforço para se comunicar conosco. Em certa altura da caminhada me
perguntou como se fala grama em espanhol. Eu respondi que era matinho e ela
ficou repetindo baixinho por boa parte do resto da caminhada.
Não faz muito frio nesta época,
estamos na primavera aqui também. Então a caminhada foi agradável em companhia
de, além de Sasha, Francisco, Marlidina e o filho deles André, um descasado
trintão, boa gente a beça.
Então melhor postar uma foto do que
tentar ficar palavrando. Esta vista sacada da janela de nosso quarto é o que
predomina até mais do que as dez horas da noite, quando tudo escurece lenta, gradual e maravilhosamente.
Depois da caminhada fomos para o
SPA e fizemos sauna, piscina e cerveza Crystal e Ela chazinho digestivo. Compartilhamos a sauna com uma senhora chilena
de cinqüenta e um anos (ela mesmo nos disse) que tem nove filhos, o mais velho
com vinte e oito e o mais novo com seis anos de idade. A mãe teve treze, tem
irmãs que tiveram treze, doze, onze e um monte de outras com nove filhos. Tem
uma sobrinha que tem quinze. No vestiário encontrei-me, por acaso, com o marido
dela:
- Buenas, eu disse.
- Estoy mui cansado...
Entendi.
Às oito da noite, antes do jantar,
fomos participar de reunião com os guias para planejar o dia de hoje. Entre as
várias opções, debatemos uma em especial: viajar em uma Van por uns quinze
minutos, depois caminhar doze quilômetros em mata rala e solo pedregoso para
poder tomar um barco que nos levaria aos glaciais. Programão, que começaria às
sete e terminaria às quatro da tarde, com direito à sopa em intervalo da
caminhada acompanhada por sanduíche que, nós próprios, prepararíamos. Ela achou
divino, mas eu a fiz lembrar-se de que
eu não gosto de sopa e que sanduíche nunca é recomendável. Conclusão: vamos
chegar aos glaciais pegando uma Van na porta do hotel, viajar por uns quinze
minutos e tomar o barco que nos levará aos majestosos glaciais. Durará umas
duas horas e o almoço será servido no restaurante do hotel.
Tomada a decisão fomos jantar
juntos com os novos amigos feitos durante a caminhada com Sasha. Como sempre
rimos muito e curtimos o casal, ele com setenta e ela com sessenta e nove,
mineiros também, mas vivendo em Sampa há mais de trinta anos.
Em dado momento, André o filho
trintão descasado, exclamou:
- MARAVILHA!!!
Eu estava de costas para as
janelas, quando me virei constatei também o indescritível.
Amanhã relato o passeio aos
glaciais.
Até breve.
OBS.: Por questões técnicas (no fim
do mundo a internet é movida a carvão) não foi possível publicar a foto.
Aguardem.
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