terça-feira, 11 de dezembro de 2012

BORNAL



"O homem moderno já não está de acordo consigo mesmo, nem com seu corpo nem com seu espírito. Todos voltamos à solidão e o diálogo está roto como rotos e quebrados estão os homens. Movemo-nos sem direção”. Octávio Paz


Fiquei com uma dúvida.

Onde está a Justiça, afinal? Naquele que a estabelece ou naquele que a faz cumprir?

Ou a Justiça é outra para aquele que a estabelece? Ou melhor: aquele que está ungido no lugar supremo de fazê-la cumprir, não é supremo em relação a quem a estabelece? Num sei, ficou meio confuso.

Como eu não sou versado nos meandros dos embrulhamentos prefiro fazer juízo de porco. Ou seja: sete anos se passaram prá se concluir que sim alguns dos trinta e sete cometeram crime, foram julgados por quem faz cumprir a lei, e três deles estão lá no lugar onde fazem leis. Cumé que fica?

Simples, deve acontecer o seguinte: nós fazemos a nossa parte, condenamos e do lado de lá da rua analisam se é constitucional a aplicação da lei suprema. Aí, final de ano, vem as festas, carnaval é uma boa preocupação para isso não ser a prioridade, Copa das Confederações, pré-acordos prá eleições inclusive presidenciais. Enfim, balaio.

O jogo tá empatado lá onde fazem cumprir a lei. O chefe da casa onde fazem as leis disse que o supremo não pode ser supremo, por que nós não estamos em regime de ditadura e, portanto, tem que se aplicar a constituição que é a Bíblia de quem faz cumprir a lei. Amanhã, quarta-feira, vota o último juiz do Supremo. Se der condenação fica  do jeito do parágrafo acima, se der absolvição fica do jeito que tá. Eles foram condenados, vão fazer leis durante o dia e dormir na cadeia por uns dias e segue a vida.

Dois posicionamentos:

Primeiro: será que esta turma não tem mesmo vergonha na cara e faz o que tem que ser feito? Estamos em vias de perder Mandela, que ficou preso durante vinte e sete anos, alguns deles incomunicável, pelo crime de ter lutado pela liberdade de seu povo. Será que essa turma, não aprendeu nada com o Prêmio Nobel da Paz. Será que esta turma ainda continuará pregando a ditadura da indecência, da desfaçatez, da ignomínia.

Segundo: dois inveterados no álcool tomaram a decisão de parar de beber. Belo dia, resolvem pescar. Na saída, um olha o bornal do outro e vê uma garrafa de cachaça.

- Ué, nós num tinha resorvido pará de bebê?

- Foi.

- E essa garrafa de goró aí?

- É o seguinte: e se a gente for picado por uma cobra lá na beira do rio? Aí a gente vai tê que passá nos ferimento e tomá uns trago prá guentá a dor, entendeu?

- E nesse outro bornal aí, o quê que tem?

- Uma cobra.

- Hein!!!

- Vai que prá onde nós vamo num tem cobra.

Ou você se indigna ou torna-se idiota, no sentido grego.

Eu tô com dúvida.


Até breve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário