"O homem
moderno já não está de acordo consigo mesmo, nem com seu corpo nem com seu
espírito. Todos voltamos à solidão e o diálogo está roto como rotos e
quebrados estão os homens. Movemo-nos sem direção”. Octávio Paz
Fiquei com uma dúvida.
Onde está a Justiça, afinal?
Naquele que a estabelece ou naquele que a faz cumprir?
Ou a Justiça é outra para aquele que a estabelece? Ou melhor: aquele que está ungido no lugar supremo de fazê-la cumprir, não é supremo em relação a quem a estabelece? Num sei, ficou meio confuso.
Ou a Justiça é outra para aquele que a estabelece? Ou melhor: aquele que está ungido no lugar supremo de fazê-la cumprir, não é supremo em relação a quem a estabelece? Num sei, ficou meio confuso.
Como eu não sou versado nos
meandros dos embrulhamentos prefiro fazer juízo de porco. Ou seja: sete anos se
passaram prá se concluir que sim alguns dos trinta e sete cometeram crime,
foram julgados por quem faz cumprir a lei, e três deles estão lá no lugar onde
fazem leis. Cumé que fica?
Simples, deve acontecer o seguinte:
nós fazemos a nossa parte, condenamos e do lado de lá da rua analisam se é
constitucional a aplicação da lei suprema. Aí, final de ano, vem as festas,
carnaval é uma boa preocupação para isso não ser a prioridade, Copa das Confederações,
pré-acordos prá eleições inclusive presidenciais. Enfim, balaio.
O jogo tá empatado lá onde fazem
cumprir a lei. O chefe da casa onde fazem as leis disse que o supremo não pode
ser supremo, por que nós não estamos em regime de ditadura e, portanto, tem que
se aplicar a constituição que é a Bíblia de quem faz cumprir a lei. Amanhã,
quarta-feira, vota o último juiz do Supremo. Se der condenação fica do
jeito do parágrafo acima, se der absolvição fica do jeito que tá. Eles foram
condenados, vão fazer leis durante o dia e dormir na cadeia por uns dias e
segue a vida.
Dois posicionamentos:
Primeiro: será que esta turma não tem mesmo vergonha na cara e faz o
que tem que ser feito? Estamos em vias de perder Mandela, que ficou preso
durante vinte e sete anos, alguns deles incomunicável, pelo crime de ter lutado
pela liberdade de seu povo. Será que essa turma, não aprendeu nada com o Prêmio
Nobel da Paz. Será que esta turma ainda continuará pregando a ditadura da indecência,
da desfaçatez, da ignomínia.
Segundo: dois inveterados no álcool tomaram a decisão de parar de
beber. Belo dia, resolvem pescar. Na saída, um olha o bornal do outro e vê uma
garrafa de cachaça.
- Ué, nós num tinha resorvido pará de bebê?
- Foi.
- E essa garrafa de goró aí?
- É o seguinte: e se a gente for picado por uma cobra lá na beira do rio?
Aí a gente vai tê que passá nos ferimento e tomá uns trago prá guentá a dor,
entendeu?
- E nesse outro bornal aí, o quê que tem?
- Uma cobra.
- Hein!!!
- Vai que prá onde nós vamo num tem cobra.
Ou você se indigna ou torna-se
idiota, no sentido grego.
Eu tô com dúvida.
Até breve.
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