Publico hoje o post de número
TREZENTOS, faltando sete dias para completar dezoito meses de início do blog. Implica,
neste período, em um texto a cada dois dias.
Penso que tenho primado pela
instabilidade de tema, estilo, profundidade e estética nos textos. Acho que os
textos iniciais eram mais densos, orientados pelas minhas lembranças que chamei
ruminessências.
Fiquei muito feliz com a produção
de alguns, especialmente aqueles que trataram dos meus sentimentos às vésperas
de meus sessenta anos, os diálogos prováveis com Liz, minhas inquietações
políticas e meu olhar para o cotidiano. Em especial, também, algumas incursões
para opinar sobre livros e filmes.
Agradeço mais uma vez aqueles que
acessaram o blog. Alguém, em comentário, disse que escrevo para mim. Não é de
todo verdade. Minha pretensão é de que esses textos possam refletir à
universalidade de nossas questões, inclusive as mais íntimas.
Confesso, no entanto, que os textos
que mais me colocam em catarse são aqueles que trago Liz, minha Noninha. Fico
imaginando quando vierem os próximos noninhos. Não haverá espaço virtual que contenha.
Ontem ela completou noventa dias de
idade. Em cada um deles, praticamente em todos, eu estive presente. Evoluiu um
após o outro: em peso, em comprimento e em suas faculdades psicomotoras. Fomos
ao pediatra, eu acompanhando Pretinha. A restrição do pai, que trabalha a cem
quilômetros de casa, tem me facultado esse privilégio. A Noninha pesou 4,975 quilos
e mediu 58 centímetros.
Aos poucos vai se incorporando à
paisagem como alguém com quem se interage. Ela nos acompanha, alguns até busca
(eu, por exemplo) com o olhar. Para alguns ela sorri, dá até gargalhada e deixa
escapar uns gritinhos.
Não gosta de trocar roupa e também
não gosta de ficar no colo deitada com a cabeça prá cima, prefere passear deitada
de bruços sobre o braço de quem a carrega. Se você der umas palmadas de leve na
bundinha dela, ela apreciará.
No berço já vira de um lado para o
outro e quando acorda estende os bracinhos e faz caras e bocas.
É lindo vê-la despertar.
No momento começa a pegar objetos e
invariavelmente levá-los à boca. Tem bichinhos preferidos: o puc-puc e a oitopéia
(centopeia de oito patas) que, ao ser estendida, estremece. Brinca com a mãe quando mama. Tira a
boca do seio, dá um risinho e volta a mamar.
Em noites mais quentes adora tomar
banho no balde. Troca de roupinha pelo menos três vezes ao dia, ou quando faz
suas artes fisiológicas em profusão, o chamado número 2.
Tem pouca resistência ao sono.
Entre uma mamada e outra não suporta ficar acordada mais de uma hora e meia. À
noite dorme de seis a sete horas seguidas.
Um anjo, portanto.
Ontem pela manhã, entreguei para Pretinha os
livros do Bartolomeu que havia comprado. Quero que ela os
guarde até que Noninha esteja com “a
altura próxima de um tampo de mesa”, como escrevi em dedicatória que os acompanha.
Talvez eu consiga atingir
quinhentos textos. Continuarei na tarefa de tentar convencer a mim próprio, e a
outro que se interessar possa, do que verdadeiramente importa.
Até breve.
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