Vamos considerar duas hipóteses: a
primeira, absurda, que o mundo acabou. A segunda, mais provável, que a qualquer
momento todos nós tomaremos conhecimento do fato.
Claro que na hipótese absurda, a de
que o mundo acabou não se trata da derrocada absoluta, ou seja, estamos ainda
por aqui. Mas a de que o mundo, como o espaço para a realização do sonho
humano, já era.
Se não, vejamos:
A China elegeu agora seu novo presidente
que ficará no poder, junto a seus seis auxiliares (estrutura enxutíssima), pelos
próximos dez anos. Prioridade: debelar a corrupção endêmica que solapa recursos
do estado destinados ao desenvolvimento nacional.
O Continente Africano dissolve-se
pela fome, pela AIDS (ainda), pelo extenso e interminável êxodo, pela negritude
menos valida.
A Europa está de dar dó: nossos
mais próximos Grécia, Itália, Portugal e Espanha, agonizam seu estado do
bem-estar-social.
Por favor, não nos lembremos de
Sírias, Afeganistãos e, agora e de novo, Iraques.
A América do Norte, pois bem, ali nunca
se pode esperar muito para o mundo sonhado. “Fazer
a América”, em minha opinião, sempre beirou à alucinação.
A América do Sul, puxa vida, melhor
chorar por ela toda e não só pelo berço de meu pai.
Bom, o Brasil. Nosso país não cabe
na primeira hipótese. Ele está mais próximo da segunda, a de que é mais
provável que a gente perceba que nosso mundo acabou.
Vejamos: terrorismo em São Paulo onde
o alvo são inocentes (o ápice foi o assassinato de uma criança de um ano e oito
meses) e alastra-se para Santa Catarina. Na fronteira do norte do país, índias
de oito a doze anos de idade são levadas à prostituição por empresários, políticos
e outros endinheirados e de poder na região. No jornal da TV Cultura, da última
semana, uma professora de Direito Internacional da USP classificou os episódios
como Crime contra a Humanidade.
Visto isto, a hipótese mais
provável não se sustenta, de forma conclusiva, listando fatos e/ou dados. Nem
acho imperioso que um estudo mais largo, erudito e profundo venha dar cabo
destes enunciados.
Penso que cada cidadão é que, nessa
hipótese, deva elaborar a sua própria análise e conclusão.
Não é mais possível, provavelmente,
sonhar o sonho humano.
Se me perguntarem qual é afinal,
Agulhô, o sonho humano, eu terei quase a certeza objetiva de que, infelizmente,
a primeira hipótese é a que se confirma.
Então?
Até breve.
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