SESSENTA

Hoje, daqui a pouco, as vinte e duas horas e vinte e oito minutos, Liz completará dois meses de vida. Não há registros relevantes do período, apenas que agora nos últimos dias eu passei a gostar um pouco dela. Eu acho que ela já me enxerga, mas me olha de um jeito tão assim como se fosse um num sei o que ela vê quando me olha.

Eu sei bem o que vejo quando a olho. Ouso dizer e se for preciso eu mostro fotos quando tinha menos idade, ali pelos um ou dois anos de vida. Liz está a minha cara. Até Claudinho, o pai, já passou a reconhecer o fato inconteste. Ele mesmo diz que quando ela está séria, ou irritada, lembra muito a minha expressão.

Quando ela ri, Claudinho diz que ela se parece com ele. Vamos acompanhar o desenvolvimento da criança. No fundo o que importa é que Liz está cada vez mais linda, especialmente quando está séria.

Por mim ela poderia parecer até com ela mesma, não vejo nenhuma importância em alguém puxar um de seus antepassados. Não verei nenhuma graça quando eu estiver passeando com ela por aí e alguém vier me dizer:

- Que gracinha, sua neta. Puxa, mas é sua cara!

Eu tenho certeza que a mesma pessoa faria a mesma afirmação se fosse com o pai. De qualquer forma, na minha idade, é mais fácil a gente acreditar em algumas coisas. Tai uma coisa que eu farei questão de acreditar, mesmo que não fosse de todo verdade.

Depois que Liz nasceu eu passei a dar um beijo no Claudinho sempre que nos cumprimentamos. Faço isto com os meus filhos. Então, no fundo, eu devo admitir que não faz muito sentido esta necessidade de eu achar que Liz se parece comigo. Num tem problema. Claudinho é meu filho também.

Sem querer insistir, mas de qualquer forma, olhem com calma a criança, principalmente quando ela está séria.

Por outro lado, como se não bastasse, o dia do nascimento de Liz marca o início da contagem de algo que será trazido oportunamente ao blog.

Pediram-me que falasse a respeito somente após o dia 25 de outubro. Perdoem-me: não há maior castigo aos fofoqueiros.

Tenho um compromisso no dia 29 de outubro ao qual não faltarei por nada nesse mundo. Mesmo que possa contrariar a terceiros e outros.

A vida me premia em abundância.

Até breve.