terça-feira, 16 de outubro de 2012

AR

“Hoje completam, exatamente, cinquenta anos do dia, em que um avião de reconhecimento norte-americano descobriu em Cuba lançadores de mísseis nucleares soviéticos, dando início à chamada crise dos mísseis de Cuba.

Na sequência, Moscou e Washington se viram à beira de uma guerra nuclear.

Depois de duas semanas, a crise foi resolvida: a União Soviética prometeu retirar os mísseis de Cuba, e o governo dos EUA, em troca, prometeu não invadir a Ilha da Liberdade.

O site oficial Cubadebate e a edição digital do diário "Granma" divulgam nesta terça-feira a atualização da política migratória vigente para "ajustá-la às condições do presente e do previsível futuro".

"O governo cubano, no exercício de sua soberania, decidiu eliminar o procedimento de solicitação de permissão de saída para viagens ao exterior e deixar sem efeito o requisito da carta de convite", assinala a nota publicada.

Deste modo, a partir de 14 de janeiro de 2013 "só se exigirá a apresentação do passaporte corrente atualizado e o visto do país de destino, quando necessário".

"Serão credores do dito passaporte os cidadãos cubanos que cumpram os requisitos estabelecidos na Lei de Migração".

A reforma migratória cubana também eleva a 24 meses o período máximo de permanência no exterior dos cubanos que viajarem por motivos particulares.

Com esta decisão, o Governo de Raúl Castro se aprofunda em seu plano de reformas e de eliminação de proibições que estiveram vigentes durante décadas.

A reforma migratória era uma das mais aguardadas pelos cubanos, que durante anos foram limitados por um conjunto de regulações restritivas e longos e custosos processos para poder viajar ao exterior.”

Eu estava na porta do hotel onde nos hospedamos em Cayo Largo em nossa viagem à Cuba no final de 2010 e resolvi conversar com um senhor responsável pelo controle de bagagens.

- Então o que é viver em Cuba?

- Uma maravilha!

- Mas o senhor não tem vontade de visitar outros lugares?

- Prá quê?

- O Brasil, por exemplo?

- Já ouvi dizer que é muito bonito também... Mas aqui eu tenho tudo... Aqui é o paraíso, tem até uma praia perto daqui que tem esse nome, o senhor foi conhecê-la?

- Sim.

- Então?

- O senhor tem casa própria?

- É do governo?

- Seus filhos vão à escola?

- Claro e tem médico de graça... Nós temos o que para nós é importante...

- Liberdade?

- Eu tenho um trabalho, minha família está bem cuidada, temos uma natureza maravilhosa, do que eu preciso mais?

- Liberdade?

- O senhor vai às ruas de Havana Vieja e vê nosso povo se não vive feliz...

Toda interpretação se faz possível, inclusive as mais abalizadas. Tenho acompanhado diversas entrevistas de intelectuais e artistas cubanos no programa Sangue Latino do Canal Brasil. A experiência dos cubanos está aí para nos ajudar refletir sobre nossas ações passadas e nossa perspectiva futura.

À parte os posicionamentos exacerbados Cuba ainda é uma oportunidade para reflexão. Os cubanos, mesmos os mais simples como o responsável pelas bagagens daquele hotel citado, têm pensado e fundo se é em direção ao nosso mundo que eles querem seguir viagem.

Eu teria dúvidas.


Até breve.




2 comentários:

  1. Lozinho,
    você conhece o Instituto Mises? Por coincidência deste seu post a respeito de Cuba, e de suas maravilhas naturais e de um povo singular, convido para visitar o site do Mises. Eles tratam de economia, defendem a escola austríaca, e possuem material de qualidade e profundidade, que nos fazem refletir sobre os rumos de nossas vidas.

    Dá uma olhada: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=114

    abraço.

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  2. Julinho, brigado por mais esta dica. Excelente. Incluí nos meus favoritos.Beijão na Mônica e no Leozinho.

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