Tem uma pessoa que gravita muito
próximo de nós que não veio a post ainda na dimensão e freqüência que deveria.
Perez, na sua sisudez objetiva e clara sempre diz:
- Ela ama muito a ele!
Desde o primeiro momento que eu
soube, quando Pretinha trouxe a fofoca que pairava um rolo, eu fui logo
perguntando:
- Ela é gorda?
- Não sei pai, eu só tô sabendo que
ele caiu de quatro.
Daí em diante foi sempre assim. Na
base do segredinho, do recolhimento, da humildade. Por outro lado da escolha
firme e determinada do que quer, inclusive ele.
Quando a vi, pela primeira vez, eu
passei a olhar melhor para ele. “O que esse menino tem que foi capaz de
fisgá-la?” E não venha essa ciumenta Pretinha dizer: “Era o melhorzinho que tava
tendo...”
Nunca mais parei de torcer para que
tudo caminhasse para um rolo definitivo e, mais uma vez, a vida me encheu de
alegria.
Eu acompanhei menos do que eu
gostaria o fazer do ninho. Uma coisa depois da outra. Não há nada ali que não tenha
sido colocado com aquilo de que Perez fala. Nem um qualquer trequinho ocupou
espaço sem que os olhos de ambos brilhassem.
Teve um dia, eu acho único, que ele
arriscou-se, apesar de sua herança troglodita, e recolocou um dos móveis. E
ela:
- Até que ficou legal!
Eu, metido à besta, no início dava
palpites a mil, até que um dia a razão, pouca, me fez entender que ali tinha
maestria.
Assim como é o ninho é ela, ou será
o verso? A poesia está nos seus olhos e no seu sorriso, na sua mordaz
inteligência, nas suas tiradas de um humor fino e surpreendente.
A poesia está na sua meiguice e na
sua timidez. No seu segredo. No jeito com que trata suas preferessências, na sua vida pessoal e particular.
E eu sinto que ele foi levado de
roldão. Deve sofrer agudo quando supõe o que eu acho disso tudo. Mentira, ele
sabe muito bem e está pouco se importando comigo ou com quem quer que seja. Por
uma simples razão: esse menino merece, por tudo que sempre foi, um coração do
quilate do dela.
Deles quero uma lembrança eterna e
doida.
Eu fiquei com os dedos das mãos
marcados e inchados pelos cordões que amarraram o embrulho do pacote onde se
encontrava o lustre, autêntico Bohemia, comprado em Praga. Acho que andamos, eu
e ele, carregando aquilo por léguas durante a viagem. No fim, já no aeroporto
de volta para o Brasil, colocamos o embrulho no chão e empurramos com os pés.
Deles quero uma lembrança eterna e
cara.
Um cômodo do ninho espera. Em
segredo.
Até breve.
Lindas palavras, Agulhô! Ela merece!!
ResponderExcluir"Coração dos outros é terra que ninguém pisa", mas uma olhadinha é sempre possível. Brigado por ver o que temos de melhor nesta contrução contínua do "se querer". Eu e Fá temos muito a agradecer aos nossos pais que nos deram as ferramentas pra construir certinho, com tudo no lugar, mas do nosso jeito. Ainda estamos começando na busca da palavra do nosso casamento, mas caminhamos sobre terreno firme e duradouro. Beijos e brigado
ResponderExcluirTem gente que dá sorte com o pacote inteiro. Eu dei sorte até com o sogro. Muito obrogada pelas lindas palavras! E pelo filho íntegro, que me emociona sempre. Beijos, Fabiana . Ps: Sempre achei o Perez um homem de visão!
ResponderExcluirBelíssima homenagem ao casal, especialmente a Fabiana que nos recepcionou tão bem desde a primeira vista.
ResponderExcluirVejam em http://sdrv.ms/SZgl1b alguns registros.
beijos
Julio e Mônica.