segunda-feira, 8 de outubro de 2012

BRILHANTE


Tem uma pessoa que gravita muito próximo de nós que não veio a post ainda na dimensão e freqüência que deveria. Perez, na sua sisudez objetiva e clara sempre diz:

- Ela ama muito a ele!

Desde o primeiro momento que eu soube, quando Pretinha trouxe a fofoca que pairava um rolo, eu fui logo perguntando:

- Ela é gorda?

- Não sei pai, eu só tô sabendo que ele caiu de quatro.

Daí em diante foi sempre assim. Na base do segredinho, do recolhimento, da humildade. Por outro lado da escolha firme e determinada do que quer, inclusive ele.

Quando a vi, pela primeira vez, eu passei a olhar melhor para ele. “O que esse menino tem que foi capaz de fisgá-la?” E não venha essa ciumenta Pretinha dizer: “Era o melhorzinho que tava tendo...”

Nunca mais parei de torcer para que tudo caminhasse para um rolo definitivo e, mais uma vez, a vida me encheu de alegria.

Eu acompanhei menos do que eu gostaria o fazer do ninho. Uma coisa depois da outra. Não há nada ali que não tenha sido colocado com aquilo de que Perez fala. Nem um qualquer trequinho ocupou espaço sem que os olhos de ambos brilhassem.

Teve um dia, eu acho único, que ele arriscou-se, apesar de sua herança troglodita, e recolocou um dos móveis. E ela:

- Até que ficou legal!

Eu, metido à besta, no início dava palpites a mil, até que um dia a razão, pouca, me fez entender que ali tinha maestria.

Assim como é o ninho é ela, ou será o verso? A poesia está nos seus olhos e no seu sorriso, na sua mordaz inteligência, nas suas tiradas de um humor fino e surpreendente.

A poesia está na sua meiguice e na sua timidez. No seu segredo. No jeito com que trata suas preferessências, na sua vida pessoal e particular.

E eu sinto que ele foi levado de roldão. Deve sofrer agudo quando supõe o que eu acho disso tudo. Mentira, ele sabe muito bem e está pouco se importando comigo ou com quem quer que seja. Por uma simples razão: esse menino merece, por tudo que sempre foi, um coração do quilate do dela.

Deles quero uma lembrança eterna e doida.

Eu fiquei com os dedos das mãos marcados e inchados pelos cordões que amarraram o embrulho do pacote onde se encontrava o lustre, autêntico Bohemia, comprado em Praga. Acho que andamos, eu e ele, carregando aquilo por léguas durante a viagem. No fim, já no aeroporto de volta para o Brasil, colocamos o embrulho no chão e empurramos com os pés.

Deles quero uma lembrança eterna e cara.

Um cômodo do ninho espera. Em segredo.


Mais em: http://kikagontijohome.blogspot.com.br/

É, mas tem alguém assim meio quê:




Até breve.

4 comentários:

  1. Lindas palavras, Agulhô! Ela merece!!

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  2. "Coração dos outros é terra que ninguém pisa", mas uma olhadinha é sempre possível. Brigado por ver o que temos de melhor nesta contrução contínua do "se querer". Eu e Fá temos muito a agradecer aos nossos pais que nos deram as ferramentas pra construir certinho, com tudo no lugar, mas do nosso jeito. Ainda estamos começando na busca da palavra do nosso casamento, mas caminhamos sobre terreno firme e duradouro. Beijos e brigado

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  3. Tem gente que dá sorte com o pacote inteiro. Eu dei sorte até com o sogro. Muito obrogada pelas lindas palavras! E pelo filho íntegro, que me emociona sempre. Beijos, Fabiana . Ps: Sempre achei o Perez um homem de visão!

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  4. Belíssima homenagem ao casal, especialmente a Fabiana que nos recepcionou tão bem desde a primeira vista.

    Vejam em http://sdrv.ms/SZgl1b alguns registros.
    beijos
    Julio e Mônica.

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