segunda-feira, 24 de setembro de 2012

PERSEGUIDA



Primeiro dia de aula. A professora acabara de entrar em classe e:

- Bom dia, meus alunos, eu sou a nova professora de vocês. Meu nome é Vlagina.

Joãozinho interessou-se imediatamente, embora já imaginando que aquilo não ia acabar bem. No dia seguinte, a professora entra em sala de aula e:

- Bom dia, meus alunos... Quem se lembra do meu nome?

Silêncio.

- Quem se lembra do meu nome? E aponta para Joãozinho para que ele responda.

- Eu sei professora...

- Então diz.

- É que eu estou com uma dúvida... Eu não sei se o “L” é na frente ou no meio...

- É no início, Joãozinho...

- Ah, eu sei.

- Então fale o meu nome, menino.

- Bulceta.


Li hoje, no O Globo, notícia de que na semana passada a Academia Brasileira de Letras (ABL) censurou a transmissão ao vivo, em seu site, da conferência ministrada pelo professor da Unicamp Jorge Coli, “O sexo não é mais como era”. Ao apresentar o quadro pintado em 1866 pelo artista francês Gustave Coubert “A origem do mundo”, exposto desde 1995 no Museu d’Orsay, em Paris, e usar a palavra “buceta”, a transmissão foi cortada.


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Por sua vez a  iTunes Store, livraria virtual da Apple, censurou o título do livro da escritora americana Naomi Wolf. O título é: “Vagina: Uma nova biografia”. O site da Apple coloca como “V****a”.  Na descrição do livro há uma explicação: “A autora faz uma pesquisa histórica e mostra como a v****a foi considerada sagrada por séculos até ser vista como uma ameaça.

Não há limite à hipocrisia. Tudo bem que a explicitação choque, mas censurar o óbvio é chocante. Choque por choque prefiro o que nela se encerra que é prazeroso às pampas e, para quem não sabe e já passou dos cinco anos de idade é por ali sim que tudo acontece. Adão e Eva são personagens de livros para neandertais.

E mais, trago isso agora porque já é passada a hora de tanta puritanagem encobrindo crimes hediondos. O que deveríamos estar censurando são atos libidinosos explícitos do cotidiano imoral de quem deveria nos trazer exemplos.

Fiquei literalmente puto.


Até breve.




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