quarta-feira, 5 de setembro de 2012

ÔCEAÍ




OK, você acessou este blog.

Se estiver sendo pela primeira vez, sugiro que você leia dos primeiros posts aos atuais. Embora eles não guardem uma cronologia, temática e nem uma sequência lógica, pode ser que você fique sabendo com quem está interagindo. Eu mesmo faço isto, às vezes, e me surpreendo: como eu posso ter escrito isto? 
  
Se for um leitor irregular, fudeu. Você não entenderá mais nada. Parece que é outro blog. Especialmente se você visitou na época em que Liz era personagem de meu desejo e hoje já é criaturinha. Ou quando eu estava centrado na perspectiva de me tornar sessentenário e parecia mesmo que algo de extraordinário estava por acontecer.

Se você for um leitor assíduo e não faz parte do meu círculo mais íntimo é de todo provável que você me conheça muito mais do que nós todos. E o pior: se continuar acessando este blog tornar-se-á meu maior perigo. Vai que você propague e passem mesmo a me ler.

Penso que reside aqui, e exatamente por isto, a razão pela qual vale à pena postar. O perigo imenso de eu criar vínculos, especialmente com quem não tenho a menor idéia de quem seja.  

Analiso todos os dias, antes de postar, as estatísticas de acesso e me pergunto: “Quem estará me lendo, caramba? O que procuram aqui e por quê? Não se tratam de milhares diariamente, porque se fossem eu já teria sido descoberto e andaria por aí com história e vida própria, construídas pelos leitores. Outros poderiam escrever coisas atribuídas a mim e ficaria por isto mesmo.

Mas não, são muito menos do que milhares e, portanto, mais valiosos.

Confesso que me bate uma puta curiosidade e quase angústia por não receber comentários e, a partir deles, poder, ainda que com anônimos, estabelecer um diálogo. Mesmo que fosse para dizer que leu e não sentiu nada; que leu e não rolou nada; que leu e não acrescentou nada; que leu e achou... nada.

Há algum tempo atrás conclamei aos milhares de leitores de fora do país (apontados em estatísticas) a se manifestarem. Cheguei a acreditar no Lé, meu filho mais velho, que diz que são acessos equivocados ou coletados pelas estatísticas de forma errônea. Não apareceu um puto sequer para dizer: “Seu filho está errado, eu leio a merda do seu post, porque não tenho nada prá fazer na vida e gosto de inutilidades.” E isto em inglês, espanhol, italiano, russo, chinês, letonês (?), canadês e outros ês.

Vou dar mais um tempo: se nenhum leitor de fora do país se manifestar vou acionar os administradores do blog por informação tendenciosa, ou melhor, vou parar de postar, reunir meus flaps e caçar algo para fazer onde eu possa me expressar. Liz está vindo por aí, já tem trinta e seis dias de vida e vai me dar mais trabalho do que levá-la junto com a mãe para tomar vacinas ou ir à pediatra. Sua avó já inventou de construir um galinheiro/viveiro de pássaros no sítio, ou seja, vai sobrar prá mim.

E quanto aos leitores do Brasil?

Quais?

Existem?


Até breve.

4 comentários:

  1. Agulhô, eu sou um dos seus leitores assíduos, e te peço de antemão para não parar com o blog. Caso contrario você corre o risco de deixar abstinentes pessoas como eu que criaram o habito quase diário de te ler. Porque eu leio? Apesar de conhecer a você e sua família pessoalmente, na verdade gosto de ler seu blog pela sua escrita em si. Sempre fui um admirador de crônicas, e as suas me são mais interessantes talvez por eu conhecer a maioria dos personagens. Agora quanto a comentar, nem sempre me sinto à vontade, mesmo que tenha vontade. Talvez porque seus posts soem muitas vezes pessoais, íntimos, apesar que colocados ao publico em uma rede mundial. Não sei. Talvez por achar que não tenho nada de tão interessante a dizer diante de seus textos quase sempre (risos) muito bem escritos e inspirados. Agora quanto à falta de interatividade e retorno que você sente, talvez seja porque este espaço não seja bem apropriado a este tipo de "relação". O Facebook seria mais adequado para este fim. Aliás você já disse aqui que o faria. Desistiu? Ou Desistiram? (risos). Bom fica aqui o pedido de um leitor assíduo.

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  2. Grande Wanderson, brigado cara pela força e pelos esclarecimentos. Quanto ao Facebook acho que não vai rolar.
    Vou levando só aqui mesmo. Beijos nos pequenos e na Renata.

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    1. De nada. Espero receber uma visita de vocês todos lá em casa viu? Grande abraço a todos!

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  3. Realmente o clima do blog é de intimidade, difícil encontrarmos espaço para questionamentos ou debates, mas exatamente por isso é tão atrativo.
    Você dosa sua exposição e da família, contempla a vida, filosofa, fala de trabalho e do futuro e nós somos expectadores, esta nova geração big brother.
    Não se intimide, controle sua angústia por conhecer seus seguidores, coloque em seus posts cada vez mais seus sentimentos e vontades.
    Eu acho que você deve ignorar as estatísticas e assumir que tem milhares de leitores. Isso é só uma questão de tempo. :)

    abraço do papai do Léo pro tri-vô !

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