Liz completará hoje, as vinte e
duas horas e vinte e dois minutos, um mês de vida. Não é muito em relação a
mim, por exemplo, que já gozei setecentos e vinte e seis. Mas, para quem a
acompanha diariamente é significativo.
Todo dia ela se mostra.
Adora banhos de sol, seminua, e em
água quentinha a trinta e sete graus centígrados como quer o termômetro em
forma de barquinho.
Não padece, ainda, de grandes
questões do feminino como aquelas mostradas no belíssimo filme BEM AMADAS com
Deneuve e sua filha Chiara Mastroianni, cujo personagem tem o nome de Vera.
Não. Nem está ocupada se fará
ciências sociais, humanas ou exatas. Se morará com os pais ou com aquele
sujeito que conheceu ontem e que veio do Canadá para conhecer Ouro Preto.
Não. Não são essas agora, entre
inúmeras outras, as questões de Liz.
Hoje ela ainda procura entender
espaços mais claros e mais escuros, sente desconfortos físicos especialmente os
de temperatura e “prazeres” mais complexos como quando lhe surge aquele rosto
permanente que a fita e do qual emanam sons que se repetem inúmeras vezes ao
dia:
- Ó minha filhinha, ó minha
princesa...
Ou daquele rosto outro que vem à
noite e com sons brandos e cálidos, do pai amoroso, que espera estar lhe
contando suas primeiras histórias.
Tem, eu suponho, dificuldade de
entender o que se passa com o vulto que a toma nos braços e a fita com olhos
quase sempre marejados dos quais eclodem sentimentos de alegria imensuráveis.
Ela ainda não se pergunta: por que eu
posso representar tanto para esse meu avô?
Ela não viu, mas verá mais tarde, a
nota pelo seu nascimento e abaixo sua foto ao lado de seu avô Cláudio, mandadas
publicar por ele no jornal de maior circulação da grande Carmo da Mata. Nem terá muita satisfação quando ela estiver
usando os vestidinhos que ganhou dele, ambos com escudos do Galo. Vestirá em
atenção ao vovô e por pura política de boa convivência transmitida pelo seu
outro avô.
No fundo, como toda mulher, gostará
de se ver sim, líndica, em jornais e posts.
Ela não sabe ainda das pessoas que
a visitam, tantas, e tantas que fazem a mãe irar. “Ninguém mandou mamãe e eu sermos tão queridas”, deve pensar.
Hoje Liz faz um mês de idade. Deste
período quero fazer um registro síntese que vem de seus pais. De Pretinha,
quando me pergunta: “Ela é uma gracinha
não é pai?” De Claudinho quando repete ene vezes: “Pô, Lozinho, cê precisa ver como ela presta atenção quando eu lhe
conto histórias!” Ou ainda: “Pô,
Lozinho, cê precisa ver como ela se borra toda, de sair pela frente das
fraldas, cara!”
Hoje Liz faz um mês de idade. E estamos todos cheios de alegria de dar dó.
Até breve.
Mesmo com um mês, Liz já reconhece essa voz cheia de carinho: "é o vovô, vovô,vovô..." ou ainda quando nina "non non non non..." Não sei se será capaz de entender o que representa p vovô, mas com certeza será vidrada nele!
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