- Papai.
- Oi, filhinha.
- Por que que o vovô Guiô não é
Galo?
- Porque o pai dele era Cruzeiro.
- Você é Galo porque o vovô Cláudio
é?
- Pode ser.
- Eu sou Galo porque você é também,
papai?
- Não sei, é?
- Eu nem ligo prá futebol...
- Mas mesmo assim você é do Galo,
não é, Liz?
- Você fica feliz?
- Fico.
- Então eu sou Galo, papai.
- Ótimo.
- Mas e o vovô?
- O que tem o seu avô?
- Ele fica triste de eu ser Galo?
- Nada. Ele não liga não, Liz.
- Não, papai, o vovô liga sim.
- E como você sabe?
- Outro dia o vovô perguntou prá
mim se eu queria ir ao campo...
- Heim?!!!
- Mas eu respondi que você ia
junto, né papai?
- Em qual jogo que o vovô falou que
ia te levar?
- Não falou qual jogo não. Só me
perguntou se eu queria um dia ir ao campo...
- Eu vou com você e o vovô, Liz.
- Mesmo se o jogo não for do Galo?
- Do Cruzeiro, Liz?
- É.
- Você se importa de ir sozinha com
o vovô?
- Importo.
- Puxa, Liz. Vamos fazer o
seguinte: um dia eu levo você no jogo do Galo e outro dia o vovô leva você no
jogo do Cruzeiro, pode ser?
- Eu tenho uma idéia melhor.
- Qual?
- Antes de vocês dois irem para o
jogo que quiserem os dois vão me levar para passear cada dia em um lugar
diferente, tá bom?
- E o campo?
- Vocês podem ir do jeito que
quiserem...
- Então você não vai nem comigo e
nem com o vovô?
- Papai, eu tenho mais o que fazer
do que ver um monte de homem correndo atrás de uma bola.
- Quem te falou isso?
- Mamãe.
- Mas ela é Galo...
- E ela falou que foi a vovó que
falou...
- Mas a vovó também é Galo...
- Papai, shuf, larga esse Galo, sô!
Até breve.
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