- Vovó.
- Oi, Liz.
- Eu queria te pedir uma coisa.
- Uma coisa?
- É... Eu queria te pedir um
negócio.
- Um negócio?
- Sabe o vovô?
- Qual?
- O papai da mamãe.
- Hum...
- Você sabe que eu gosto muito
dele, né vovó?
- Ah, você gosta dele?
- De você também, vovó. Claro, né!
- Hum...
- Vovô tá precisando de uns
conselhos, vovó.
- Conselhos?
- É.
- Que conselhos, Liz?
- Ele nunca diz não prá mim, vovó.
- Nunca?
- Nunca. E criança precisa de ter
limite, né vovó?
- Você precisa de limite, Liz?
- Mamãe falou que toda criança
precisa de limite.
- É?
- Veja prá você ver, vovó. Nós estávamos
lá no shopping agora, né? Aí eu mostrei um carrão que estava lá e eu falei:
compra prá mim, vovô?
- E ele?
- Compro.
- E comprou?
- Chegou para uma moça que tava lá e
perguntou: quanto é?
- Quanto era?
- Não ouvi.
- E aí?
- Aí que nós fomos depois numa loja
de televisão, som, essas coisas e eu pedi pro vovô comprar duas televisão...
- E ele?
- Comprou as duas.
- Você viu ele pagando?
- Não vovó, por quê?
- Você não acha que ele estava
brincando com você não, Liz?
- Você acha, vovó?
- O vovô comprou mais coisas?
- O cinema. Prá nós vermos tudo
quanto é filme.
- O cinema?
- Pois é.
- E o que mais o vovô comprou?
- Tudo o que eu pedi.
- Tudo?
- Menos sorvete.
- Mamãe não gosta que você tome
sorvete quando está gripada, né Liz? Ela não zanga com você?
- O vovô não sabia.
- Hum...
Até breve.
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