- Vovô, como você demorou!!!
- Mas nós falamos muitas vezes pelo
celular, né Liz?
- Não é a mesma coisa... Eu não
gosto quando você viaja.
- Por quê?
- Porque eu não vou.
- Mas eu estava trabalhando... De
qualquer maneira eu não poderia estar com você.
- Mas eu ia tá passeando, né vovô?
- Um dia eu te levo junto.
- Com a vovó, né?
- Claro.
- Que dia?
- Um dia desses que a vovó puder ir
também.
- E a escolinha?
- Pois é, e a escolinha, Liz?
- Aí eu vou quando você for fazer
um trabalhinho, né vovô?
- É, um trabalhinho...
- Que aí passa rapidinho, né?
- Tá bom.
- Vovô...
- O que é, Liz?
- Quando você era pequenininho que
nem eu você vivia agarrado com seu avô?
- Você é agarrada comigo, Liz?
- Nó!!!
- Eu não acho... Tem hora que você
nem liga prá mim.
- Que hora?
- Quando você está assistindo um
filme.
- Que eu tenho que prestar atenção,
né vovô! Mas você era agarrado? Responde, vovô.
- Com a minha avó Eulália...
- Ela era bacana?
- Muito legal.
- Tudo que você pedia ela fazia
para você?
- Tudo.
- Vocês brincavam muito?
- Muito.
- Conta prá mim... De quê?
- Liz, você já viu pulga?
- Ô, vovô... Na Zuca. Mamãe tirou
um monte de pulga outro dia... E na Laka também.
- Pois é.
- E o que tem a ver com a sua vovó?
- Vovó Eulália tinha um casacão
assim, que ia até nos pés. Ele era de lã e, de vez em quando, aparecia umas
pulgas nele.
- Vovô, para de inventar, vovô!
- Não, Liz. É verdade. Tinha pulga
e quando ela ia visitar a gente ela dependurava o casacão atrás da porta do
quarto em que ela ficava. Aí a gente tirava ele e ia catar as pulgas.
- Num acredito.
- Teve um dia que ela disse que
daria 10 centavos para cada pulga que a gente catasse.
- Vovô, você quer parar com isso?
- Liz, mas é verdade...
- E você catou quantas?
- Eu não me lembro.
- E ela te deu o dinheiro?
- Deu, uai.
- Deu prá comprar o quê?
- Num lembro.
- Ah, vovô você tá inventando essa
história....
- Num tô não, Liz.
- Então quando a gente estiver lá
no sítio eu vou catar umas pulgas na Laka e na Zuca e você me paga quanto por
cada uma?
- Ô, Liz...
- Aí tá vendo? Num falei que não
era verdade essa história com sua avó?
- Tá bem... Eu te pago... Quanto
você quer por cada pulga que você catar?
- Vou ver com a mamãe...
- Por quê?
- Ela vai catar junto comigo.
- Aí num vale, ora...
- Por quê?
- Juntas você vão catar um monte...
- Claro, né vovô!
- Puxa vida...
- Vovô?
- O que é, Liz?
- Sua avó além de ficar toda picada
ainda tinha que te pagar para catar as pulgas, né?
- É... É verdade...
- Você pelo menos vai ter que só pagar,
né?
- Eu não sei prá que fui contar
essa história...
- O que você disse, vovô? Você
falou tão baixinho, vovô... Que eu nem ouvi direito...
- Nada, Liz... Num falei nada não.
Até breve.
Liz, o que você vai fazer com o dinheiro que ganhar catando pulga na Laka e na Zuca?
ResponderExcluirEu vou comprar umas bobagenzinhas, umas lembrancinhas, nada de especial para o Leozinho...
ResponderExcluirO Leozinho adora bobagenzinhas...principalmente uma bola dente de leite! :)
ResponderExcluirQueria tanto que o Leozinho fosse o meu neto Leo e que os dois fossem amiguinhos . . .
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