Faço uma pausa nos meus adoráveis diálogos com minha esperada
netinha carregados de símbolos que, espero, remetam ao leitor atento a
significantes que transcendem aos limites do imenso afeto que tenho pela minha
filha e o respeito e admiração que tenho pelo meu genro. No fundo, é para além
de Liz, que falo.
Trato hoje de algo que me encheu de alegria e esperança: a
instalação pela presidente Dilma da Comissão da Verdade.
Não gostaria de morrer sem saber aquilo que nossa presidente
tratou como “realidade factual”. Alguns dos fatos ocorridos, em parte do
período abrangido pela análise a ser empreendida pela comissão, me marcaram
indelével e profundamente.
Merecemos saber e, mais do que merecemos, precisamos
imperiosamente de saber. Evoluímos imensamente enquanto país nos últimos anos.
Nossas instituições amadureceram de forma importante. Gozamos hoje de certo
respeito no exterior e até de certa admiração. Pude constatar pessoalmente em
diferentes viagens.
Claro que existem cachoeiras
de cancros que maculam nossa brasilidade, mas a esses o meu mais solene
desprezo.
O Brasil, esse jovem robusto pela própria natureza, precisa
recolher-se e refletir sobre a constituição de sua personalidade. Voltar ao
passado recente vai, seguramente, trabalhar a musculatura de seu caráter para
que ele possa empreender um futuro mais digno.
É importante saber o que se passou nos porões da história não
revelada. Torço para que os melhores e lúcidos espíritos iluminem os membros da
comissão.
Que a verdade seja exposta pura, sem vieses e matizes, o que
sei, quase impossível. Ainda assim, espero.
Vale acompanhar, com especial interesse, os passos da
comissão. Ao concluí-la junto com seu mandato, a presidente Dilma a meu ver
passará à História como aquela estadista que soube fazer de seu drama
particular e pessoal uma catapulta para desnudar inúmeros outros dramas e
iluminar com a verdade dos fatos a nossa história enquanto povo.
Que venha a nossa verdade mais nua e crua.
E que aumente em Liz o orgulho de ser brasileira.
Até breve.
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