sábado, 19 de maio de 2012

LUZ



Faço uma pausa nos meus adoráveis diálogos com minha esperada netinha carregados de símbolos que, espero, remetam ao leitor atento a significantes que transcendem aos limites do imenso afeto que tenho pela minha filha e o respeito e admiração que tenho pelo meu genro. No fundo, é para além de Liz, que falo.

Trato hoje de algo que me encheu de alegria e esperança: a instalação pela presidente Dilma da Comissão da Verdade.

Não gostaria de morrer sem saber aquilo que nossa presidente tratou como “realidade factual”. Alguns dos fatos ocorridos, em parte do período abrangido pela análise a ser empreendida pela comissão, me marcaram indelével e profundamente.

Merecemos saber e, mais do que merecemos, precisamos imperiosamente de saber. Evoluímos imensamente enquanto país nos últimos anos. Nossas instituições amadureceram de forma importante. Gozamos hoje de certo respeito no exterior e até de certa admiração. Pude constatar pessoalmente em diferentes viagens.

Claro que existem cachoeiras de cancros que maculam nossa brasilidade, mas a esses o meu mais solene desprezo.

O Brasil, esse jovem robusto pela própria natureza, precisa recolher-se e refletir sobre a constituição de sua personalidade. Voltar ao passado recente vai, seguramente, trabalhar a musculatura de seu caráter para que ele possa empreender um futuro mais digno.

É importante saber o que se passou nos porões da história não revelada. Torço para que os melhores e lúcidos espíritos iluminem os membros da comissão.

Que a verdade seja exposta pura, sem vieses e matizes, o que sei, quase impossível. Ainda assim, espero.
Vale acompanhar, com especial interesse, os passos da comissão. Ao concluí-la junto com seu mandato, a presidente Dilma a meu ver passará à História como aquela estadista que soube fazer de seu drama particular e pessoal uma catapulta para desnudar inúmeros outros dramas e iluminar com a verdade dos fatos a nossa história enquanto povo.

Que venha a nossa verdade mais nua e crua.

E que aumente em Liz o orgulho de ser brasileira.


Até breve.

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