sábado, 21 de abril de 2012

SANGUE II


Vastas emoções e sentimentos imperfeitos. Fuso horário, viagens em avião, trem, automóvel e inúmeras andanças a pé devem ter obnubilado registros relevantes do dia de ontem.

Por exemplo: as mãos de Carlos, que para o Lé, fizeram-no lembrar das mãos de seu avô, meu pai. Eu mesmo que, a partir de determinado momento da visita não conseguia olhar para Paquita sem lembrar-me de minha irmã caçula.

Sangue.

A casa que meu tio Carlos construiu em Torrellano Bajo guarda, basicamente, as mesmas características daquelas que ele ajudou seu pai, meu avô, a construir em Belo Horizonte, na Rua Monte Carmelo no bairro da Floresta, anos antes de retornar para a Espanha. Ocorreram momentos da nossa visita em que me lembrei de passagens de minha infância, vividas naquela casa de meu avô.

Sangue.

Nada muito organizado, planejado, determinado para se compreender uma árvore de gens e lógicas. Assim, apenas, um verter-se pelas entranhas da história. E, quem sabe, em algum vasto sítio, encontrar-me.

Escrevo este post embarcado em um trem que nos levará de Valência à Barcelona. Nos ouvidos o fone do serviço de áudio da companhia ferroviária através do qual escuto em um poema de Braz Munhoz Pizzarro, Estação Terminal, um de seus versos:

“Um homem precisa acreditar para onde quer ir.” 


Até breve.

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