Vastas emoções e sentimentos imperfeitos. Fuso
horário, viagens em avião, trem, automóvel e inúmeras andanças a pé devem ter
obnubilado registros relevantes do dia de ontem.
Por exemplo: as mãos de Carlos, que
para o Lé, fizeram-no lembrar das mãos de seu avô, meu pai. Eu mesmo que, a
partir de determinado momento da visita não conseguia olhar para Paquita sem
lembrar-me de minha irmã caçula.
Sangue.
A casa que meu tio Carlos construiu
em Torrellano Bajo guarda, basicamente, as mesmas características daquelas que
ele ajudou seu pai, meu avô, a construir em Belo Horizonte, na Rua Monte
Carmelo no bairro da Floresta, anos antes de retornar para a Espanha. Ocorreram
momentos da nossa visita em que me lembrei de passagens de minha infância,
vividas naquela casa de meu avô.
Sangue.
Nada muito organizado, planejado,
determinado para se compreender uma árvore de gens e lógicas. Assim, apenas, um
verter-se pelas entranhas da história. E, quem sabe, em algum vasto sítio,
encontrar-me.
Escrevo este post embarcado em um
trem que nos levará de Valência à Barcelona. Nos ouvidos o fone do serviço de
áudio da companhia ferroviária através do qual escuto em um poema de Braz
Munhoz Pizzarro, Estação Terminal, um de seus versos:
“Um homem precisa acreditar para onde quer ir.”
Até breve.
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