Tem algo que merece ser manifesto.
Um hiato. Entre um tempo em que se construiu e outro a construir. O primeiro
veio de vácuo. O segundo tem, ainda que não sabido quando, um término.
De momento, duas forças: uma de
impulsão outra de moderação, quase temor.
Impulsão de um desejo já trazido
aqui como quase clandestino: o universo da linguagem, do mergulho sobre letras.
Moderação, quase temor, para se
colocar o juízo a favor do lado prosaico e material da existência: a
subsistência.
Escrevo cruzando aéreo de Lisboa a
Barcelona.
Sinto minha vida, no momento, como
um vôo. Um hiato. De um lugar a outro.
Embora não se possa ou talvez não
se deva precisar o outro lugar (“Pelejar por exato dá erro contra a gente. Não
se queira, viver é muito perigoso.” Para Guimarães Rosa) ou (Navegar é preciso,
viver não é preciso.” Para Fernando Pessoa) procuro uma carta náutica.
A questão é: para que porto?
Hoje estamos no dia 19 de abril de
2022. Liz estará completando, daqui a quatro meses, dez anos de idade. Tem
irmãos e primos, desejados e amados tanto quanto. Meus livros são relativamente
bem aceitos pela crítica, gozam de boa distribuição o que resulta em uma boa
gama de leitores.
Sou demandado para palestras para
temas relacionados à minha obra. Preparo outro livro que será publicado em
2025. Mas, puxa, sinto-me em um hiato. Como será recebido esse meu próximo
livro?
Ah, a
tarefa de ser!
A vida está adiante como o ato de
andar, às vezes, nas nuvens.
Santa
angústia!
Até breve.
Leia "Fuga do Campo 14"
ResponderExcluirDepois olhe no Google
Depois recomende
Brigado pelo dica. Voltando de viagem, vou correr atras.
ExcluirAbraço.
Tenha coragem para suas travessias...."Navegar é preciso, viver não é preciso.”
ResponderExcluirTravessia
ResponderExcluirMilton Nascimento
Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu canto, vou querer me matar
Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu canto, vou querer me matar
Eu sou do mundo! Sou de Minas Gerais! Brigado por lembrar do Bituca. Eu estava jogando pelada em frente ao cinema Santa Teresa e ele ficava me azarando na porta do Bar do Seu Rocha. Ele, Lô e Mariozinho.
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