Amanhã embarcamos (Lé, Fá, Ela e eu)
para mais uma viagem. À noite, vôo Beagá/Barcelona, com escala em Lisboa. De
Barcelona pegaremos um trem (composição ferroviária sobre trilhos) até
Valência. Dormiremos em Valência.
Sexta-feira vamos para Torrellano
Bajo, P1, número 7, que fica nos arredores de Elche. Visita à Tonica, oitenta e
poucos anos de idade, filha de meu tio paterno Carlos. Dizem louca de jogar
pedra em aviões. Vamos nos dar muito bem, com toda certeza.
Sábado voltamos para Barcelona. Às
vinte horas estaremos Lé e eu no Camp Nou para assisitir Barcelona e Real Madri
pelo Campeonato Espanhol. Fá e Ela triturando cartões ou eurrores.
Domingo permaneceremos em Barcelona.
Almoço com Raul (amigo do Lé) e familia.
Segunda-feira Lé e Fá seguem para
Paris. Ela e eu vamos para Istambul, Turquia. Embarcamos, imediatamente, no
próprio aeroporto para Capadócia.
Terça-feira passeio de balão.
Quarta-feira voltamos para Istambul
e, do aeroporto mesmo, vamos para Esmirna.
Quinta-feira vamos para Kusadasi.
Sexta-feira até terça-feira em
Istambul.
Sinto que esse momento sugere um
novo ciclo. Ficam para trás lembranças de momentos importantes, expressivos, de
elevado significado.
O que está por vir?
Exposto que estou na rede, suponho
que boa parte de todas as pessoas com as quais eu convivi até aqui na esfera
profissional deve estar se perguntando: “Esse cara chutou o balde? Parou de
trabalhar? Vive de brisa? Ganhou na loteria? Cuméquipode?”
É o seguinte.
Tenho uma herança de projetos
realizados com sólidos resultados e de impacto em ambientes organizacionais.
Trocentas pessoas que viveram comigo aprendizados. Aproveito para registrar que
estou a serviço e pretendo manter-me, sem neuras.
Tenho uns trocados guardados que
dão para a bóia. Alguma riqueza econômica com liquidez financeira de médio
prazo para eventualidades e para custear até a decrepitude.
Mas não é isso que conta para mim
agora.
Ao longo de todos os meus amados
sessenta anos vivi embalando um desejo, quase clandestino: de fazer o que estou
fazendo agora. O quê? Elaborar a vida a partir da linguagem. Tirar das letras,
se necessário, minhas vísceras e compreender-me. Tenho agradecido todos os dias
atuais por este privilégio, o de poder parar e perguntar: e daí?
Ao longo do último final de semana
estive olhando para o tempo. Estava em Santa Luzia. E senti quanto eu gosto de
abril. E descobri o outono. O céu anil, a vegetação verde de um verde
diferentes dos outros verdes de outras estações. Um verde vivo, mas que se
amarela, gradual e lentamente até chegar à época da queda em folhas.
Lembrei-me de Nietzsche: “Repara que o outono é mais estação da alma
do que da natureza.”
Simples, assim. Há muita gente, há
muitos anos, que não olha para o céu.
E, de quebra, lembrei-me de Camus: “Outono é outra primavera, cada folha uma
flor.”
Virá em agosto. E de lis.
Até breve.
O bacana é que, qualquer assunto que apareça, sempre acaba em LIZ...
ResponderExcluirBoa viagem e grandes experimentos. Não deixe de postar!
ResponderExcluirIsso aí.. nada como colher frutos de uma vida de dedicações e ponderações.. e daí??? E o melhor ainda estar por vir... em agosto!!!! bjaooo boa viagem, aproveitem, voces merecem!
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