Nasceram de Laka nove filhotes. Dois não vingaram, isto é,
não sobreviveram pós-parto. Dos sete restantes, cinco são machos (dois malhados
preto e branco) e dois são, naturalmente, fêmeas.
Nós devemos ficar com um dos machos malhado de branco e
preto. Em casa já são duas cadelas, logo vamos ficar com três cães. Dois patos
australianos, oitenta tilápias, cinco carpas japonesas, um jabuti e uma
tartaruga completam a fauna doméstica. Esquilos, tucanos, joãos-de-barro,
andorinhas, sanhaços, e outros tantos andam e voam à solta.
Vamos construir um pequeno galinheiro onde, nas manhãs,
quando estiver conosco (o que não será raro) Liz irá apanhar ovos frescos.
Depois dará de alimentar aos peixes, brincará com Matilde (a
tartaruga) e sentará em cima do casco de Claudionor (o jabuti) fazendo-lhe de
bibi.
Colherá nos pés goiabas, limão, acerola e pitanga e catará,
no chão, mangas e pedirá ao vovô que lhe acompanha para fazer aquele suco com
um pouquinho só de açúcar. Sem a vovó ver.
Colocará um biquininho, pedirá para o vovô passar protetor
solar, colocará bóias nos bracinhos e sentará na lateral molhada da piscina com
seus baldinhos e tais. Depois, dirá: “Pula,
vovô...”, pedindo que eu entre na piscina. Se jogará no meu colo e faremos
juntos as maiores traquinagens na piscina.
Pretinha dirá que já
chega, que está na hora do almoço
e Liz retrucará: “Vovô quer brincar mais,
mamãe... Não é vovô?” Esgotada Liz deixará a piscina enrolada pela mãe em
uma toalha felpuda bordada com figuras de bichinhos.
Tomará seu banho e vestirá aquele vestidinho de alcinha para
dias de muito calor e pedirá ao papai que lhe dê colo. Que quer almoçar no colo
do papai. Poderá, eventualmente, ser no meu. Mas Claudinho, ficando fora a semana
inteira, será bom mesmo que Liz fique um tempo com o pai.
Depois irá dormir pelo menos uma hora. Acordará com um de
seus bichinhos de pelúcia e andará descalça pelo corredor, esfregando com as
mãozinhas os olhos e chamando: “Vovô...
Vovô...”
Eu já estarei a postos. Ao cair da tarde a levarei, de mãos
dadas, a passear pelas ruas do nosso condomínio. No retorno, cansada Liz pedirá
colo. E eu a trarei contando histórias fabulosas ocorridas na mata que nos
rodeia.
Quando chegarmos em casa, Liz perguntará ao papai, à mamãe e
à vovó se tudo que o vovô contou foi verdade.
Eles nunca saberão exatamente o que eu estive contando para
Liz nos passeios nas tardes de domingo.
Esse é o patrimônio que o vovô quer deixar: que Liz sonhe.
Até breve.
Wow.....que seus planos, em todos os detalhes, se tornem realidade.
ResponderExcluirAbraço
Esse com certeza é a maior riqueza!!! Sonhos!!!! bjao
ResponderExcluirEnquanto ela não chega, sonhe embalado pela música de Toquinho - Valsa para uma menininha.
ResponderExcluirBrigado, Jesse. Tem tudo a ver a música do Toquinho.
ResponderExcluir"Fique assim, fique assim, sempre assim
E se lembre de mim pelas coisas que eu dei.
E também não se esqueça de mim
Quando você souber, enfim,
De tudo que eu guardei."