Enquanto a folia rola, eu pinto e bordo. Duas moradas e um desconforto com o que não está adequado nos dão muito trabalho, distração e investimentos.
Estamos em Santa Luzia e eu estou fazendo jornadas de oito a dez horas por dia substituindo o caseiro que está no seu justo e merecido gozo de férias.
Tinha uma torneira no jardim que pingava água, outra que o pintor quebrou, dois tanques para instalar e arrumar o quarto de bagunça dos trem que a gente vai acumulando.
Vários pontos para refazer a pintura, inclusive vinte e quatro vasos grandes para dar um trato terracota. Limpar filtros do poço de peixes, catar as fezes da Zuca e da Laka, recolher do chão as folhas das mangueiras.
Molhar duas vezes por dia a horta e nos finais de tarde todas as plantas dos jardins e árvores frutíferas. Só a rega leva entre duas a duas horas e meia, todos os dias.
Ficar com uma roupa velha e suja da lida. Com o corpo todo doendo, especialmente a região lombar. As mãos com cheiro de terra, água raz. Retinas repletas de verdes e cores que, nessa época, ficam mais reluzentes.
Um pulo na piscina, revigorar.
Nesses momentos eu agradeço inúmeras vezes à vida. Na minha solidão, quando estou cuidando dessas coisas listadas, sinto uma imensa alegria e dou tratos à bola. Faço planos, revejo decisões, faço “mea culpa”.
No final do dia, tomo uma ou duas taças de vinho. Assisto TV, filmes que possam virar post. Depois, durmo bem.
Esta noite sonhei. Eu estava na ante-sala de uma entrevistadora para uma oportunidade de emprego. Os candidatos deveriam ter mais do que sessenta anos de idade e, umas das características determinantes: especial disposição para construir um projeto que pudesse, efetivamente, contribuir.
Hoje acordei, molhei as plantas das varandas, fiz café, assei pão de queijo, pus a mesa. Coloquei ração para Zuca e Laka. Postei. Vou agora passar resina na base das paredes externas da nossa cozinha principal que fica contígua à área de lazer.
Lé, Fa, Claudinho e Pretinha vêm hoje, na hora do almoço. Bê e Carol não, ainda me cozinham.
Vamos com vários amigos almoçar em um restaurante, que fica próximo aqui de Santa Luzia, super indicado por um dos melhores gourmets de Belo Horizonte.
Quando retornar, devo ir à BH.
Desde quinta-feira as plantas do jardim vertical do nosso apartamento não recebem água
Ufa ! cadê a monotonia do idoso. kkkkkk
ResponderExcluirIdoso é a ... Adoro a Dona Luzia.
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