Ontem, pela manhã e bem cedo, deixamos a região de Juliaca e Puno onde azula, esverdeia e acizenta, sua majestade o Lago Titikaka. De avião fomos para Cuzco em viagem de meia hora e, do aeroporto mesmo, via terrestre por quase duas horas, para Pisac na região do Vale Sagrado.
Corre rápido o Rio Sagrado e às suas margens, direita e esquerda, 76 km de extensão de áreas cultivadas para subsistência com mais de 3000 espécies de batatas e 176 tipos de milho.
Visitamos o Parque arqueológico de Pisac, onde se encontram obras monumentais realizadas pelos Incas há setecentos anos atrás. Residem ali, ainda, alguns remanescentes da civilização que mantém o idioma e o código de conduta. Aos domingos alguns descem ao vale para trocar seus produtos como vegetais, tecidos e cerâmicas por outros essenciais como sal, açúcar e arroz.
Não me parece possível fazer um relato objetivo que dê conta do que é o Parque Arqueológico de Pisac. Inacreditável como foi possível a realização de todas aquelas obras. Do pé das montanhas até o topo (onde foram construídos edifícios militares, observatórios e templos religiosos) há um desnível de 1200 a 1300 metros . Como eles foram capazes de levar todas aquelas pedras deve ser uma das mais extraordinárias façanhas da história humana. Não havia animais de carga. Conie, nossa guia, nos mostrou ilustrações de homens puxando por cordas as pedras, algumas imensas, que rolavam sobre galhos de árvore.
Hoje, pela manhã, viajamos para OllantaYtambo, onde está o Parque Arqueológico do mesmo nome. Outro impacto. Fui privilegiado em conhecer diversas partes do mundo. Confesso que essa visita, embora breve, não poderia ser mais intensa. Também não me considero capaz de relatar o que é Ollanta (guerreiro) Ytambo (descanso). É preciso estar aqui para experiência-lo.
Há, no entanto, uma informação interessante. Os Incas eram escalonados em classes sociais:
Ø PANACAS : família do Rei
Ø ELITE IMPERIAL: filhos do Rei
Ø ELITE PROVINCIAL: Nobres de privilégio e sacerdotes
Ø AYLLUS: arquitetos e tecelãs
Ø MITIMAES: Colonizadores
Ø YANACONDAS (ladrões, preguiçosos e mentirosos) e os PIMAS, que eram os conquistados todos escravos a serviço do Rei.
A classe do meu especial interesse foi a dos MITIMAES, formada pelos colonizadores, aqueles que vagavam pelo mundo conquistado pelos Incas tendo como tarefa ensinar aos povos subjugados a crer no Deus Sol e a falar o idioma Quecho.
À tarde, nos deliciamos com a viagem nas primeiras poltronas do trem que nos trouxe para Águas Calientes. Hospedamos-nos em um hotel de tirar o fôlego. Oito hectares de mata fechada e preservada. EXUBERANTE! Aos pés de avarandada suíte corre agora caudaloso o Rio Sagrado.
Amanhã, Wilma nossa nova guia, vem nos buscar para o programa do dia. Temo como será estar em MACHU PICCHU , santuário dos Incas.
Até breve.