quinta-feira, 21 de julho de 2011

AVACALHADO

Tá bom. Eu sou mesmo avacalhado. Ontem propus um recolhimento, para férias, mas olha eu aqui de novo. É que num tem jeito de tirar férias da minha angústia que me coloca em situação de trabalho.
Ontem à noite assistimos no Canal Brasil a sequência de dois programas de entrevistas: a primeira do ator Otávio Augusto e a segunda com dois críticos de cinema, Luiz Zanin e Maria do Rosário Caetano. Depois assistimos no Canal Telecine Cult o filme O Silêncio de Lorna. Hoje, pela manhã ouvindo música fui convidado pela Ana Carolina em Quem de nós dois e por Dalto em Muito Estranho. Pensei: essa salada dá um post.
É que Otávio Augusto, na entrevista ao ex-jogador Sócrates (uma grata surpresa), faz suas ruminescências e, entre elas ocupei-me com quando ele trouxe a tristeza pela perda do convívio com pessoas da arte. Diz ele que cada um está produzindo seus trabalhos sozinhos, sem se encontrarem para discuti-los, interagir, trocar. No passado havia pontos de encontros de intelectuais, artistas, pessoas que se propunham a algo maior dos que suas vidinhas convencionais. Citou o Pinguim, em Ribeirão Preto, onde passando com Peréio tomou um fogo de arrebentar. As pessoas construíam histórias. No final da entrevista foi solicitado à ele que dissesse um poema: ele, em espanhol, citou Mário Vargas Lhosa: “O homem é a única experiência de Deus que não deu certo.”
É que Zanin junto com sua esposa Maria do Rosário, na entrevista ao Domingos Oliveira e sua esposa Priscila Rozembaum, no programa Coisas pelas quais vale a pena viver, disse que estamos vivendo um impasse cultural. Quando vão aos festivais de cinema pelo mundo todo encontram cineastas italianos, por exemplo, que vivem um tremendo dilema: como superar Fellini, Antonionni, De Sica, Visconti, Bertolucci, Pasolini, Rosselini, (as referências são minhas)?. Que o cineasta brasileiro faz um filme a cada três, cinco anos, e que o faz para sobreviver, tendo toda sua produção um caráter absoluto de urgência. O cinema é feito na perspectiva de que o espectador compre o filme, o cineasta está preocupado em ser comprado e não levar ao espectador a uma reflexão. O cinema perdeu o seu lugar como espaço político de posicionamento. Zanin contou o que ele disse ser uma piada: dois críticos ao saírem juntos do cinema, um pergunta ao outro: ‘Então, gostou do filme?’ Ao que o colega responde: ‘Não sei, não escrevi sobre ainda. ’ Zanim, comentou que cada um de nós constrói o seu filme, por força de suas referências, de suas circunstâncias, de sua vida. Daí a importância do cinema.
É que o filme O silêncio de Lorna, bom melhor ver o filme ou acessar a crítica de Zanin em http://blogs.estadao.com.br/luiz-zanin/o-silencio-de-lorna/
É que ouvi Ana Carolina cantando a música Quem de nós dois? onde há versos como:
E quando falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
É por isso que atravesso o futuro
E faço das lembranças um lugar seguro

É que ouvi Dalto cantando Muito Estranho, deixando-me uma certeza: ‘Ninguém vai dormir nossos sonhos. ’
Impossível Ser Humano sem construir arte da arte.
Até breve, porque a vida me perpassa.

2 comentários:

  1. Então... continua,continua,continue, nao importa a periodicidade, apenas continue provocando reflexões...

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  2. huhhuuhuhh e viva a avacalhação!!!!!! Continuaaaaa!!!!!!!! bjoss

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