sexta-feira, 29 de julho de 2011

BEATRIZ

Estive hoje em Goiás, em uma cidade próxima à Goiânia, à convite de uma Cooperativa Agropecuária. A cooperativa, que está completando seu quadragésimo ano de existência, faz anualmente um encontro que envolve representantes de todos os segmentos do agronegócio.
Minha contribuição foi a de refletir com os participantes sobre a importância da comunhão de interesses entre os envolvidos sejam bancos de fomento, empresas multinacionais, pequenos, médios e grandes produtores, cooperativas, sindicatos, enfim, todas as instituições, empresas e poder público que exercem influência no setor.
Sempre que posso, chego antes. E lá eu pude. Como viajei na quinta à noite, logo cedo fui para o local do evento. Visitei os estandes dispostos ao longo do salão próximo ao auditório onde foram realizadas as palestras para as mais de duzentas e cinqüenta pessoas que compareceram ao encontro.
Entre os estandes nos quais foram disponibilizados um largo volume de publicações diversas sobre crédito rural, produtos, equipamentos, alimentação animal, mecanismos para aumento da produtividade agrícola e assemelhados me encantei mesmo foi com um estande da escola patrocinada por uma das cooperativas participantes. Dispostas sobre a mesa várias publicações muito simples com coletâneas de dissertações e desenhos dos alunos da escola sobre a questão do meio ambiente, um dos temas centrais do encontro. Eu estava entretido folheando uma das publicações, quando alguém cutucou o meu braço:
- ‘O senhor se interessa pelo assunto?’
Tive dificuldade em responder.
- ‘Esse é um assunto muito importante para as nossas vidas. A nossa escola tem feito muitas atividades para nós termos muito mais cuidado com a natureza... ’
- ‘Ãh...’
A pessoa que havia cutucado o meu braço para perguntar se eu me interessava pelo assunto teve o cuidado de discorrer sobre cada uma das publicações, explicando detalhadamente pormenores de cada uma delas.
Mais tarde, já na plenária, fui convidado para proferir minha palestra. Propus ao grupo, como reflexão, que a questão da aliança passa por duas letras. Dependendo da escolha da letra pode-se mudar todo o processo em que os envolvidos na aliança estão amargando resultados adversos. Explico: a primeira palavra é SOLI_ÁRIO. Se usarmos o T nos leva a uma conduta e se usarmos o D a outra. A outra letra a ser escolhida está entre o N ou o D. Ninguém sai de casa sem querer ser melhor, ganhar mais, ter mais. Quer crescer. A escolha de N ou D está no objetivo: CRESCIMENTO  _O SETOR.
Formulei aí toda a minha conversa que durou perto de duas horas. Se a conduta for SOLITÁRIA para a obtenção de CRESCIMENTO NO SETOR há intenção predatória. Se a conduta for SOLIDÁRIA para a obtenção de CRESCIMENTO DO SETOR há intenção de desenvolvimento.

Ocorre que, na introdução da minha palestra provoquei o grupo a partir de uma convicção: chega de conhecimento desvinculado de uma prática. Tenho o maior respeito pela palavra Sustentabilidade, esse “novo” conhecimento, mas propus que o quê essencialmente sabemos já nos deveria ser suficiente para orientar a nossa conduta. Lembrei Beto Guedes: ‘a lição sabemos de cor, só nos resta apreender’.
Disse então ao grupo que havia conhecido naquele dia uma pessoa que sabia do que é verdadeiramente importante saber para que se aja com visão de conseqüência. Pedi licença ao público e que chamassem a pessoa que estava no estande da escola, do lado de fora do auditório.
A pessoa que havia cutucado o meu braço pela manhã para perguntar se eu me interessava pelo assunto do meio ambiente entrou na sala. Colocou-se à frente de mais de duzentos e cinqüenta adultos e disse, em uma gramática irretocável e uma paixão comovente pelo tema, aquilo que todos sabemos, mas nem sempre queremos apreender.
Dá-lhes, Beatriz!!!





Beatriz, quarta série, no alto de seus nove anos de idade.


Abaixo, escrita por ela e publicada em uma das coletâneas expostas, a paródia da música A PRAÇA de Ronnie Von
Até breve.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

SIMPLES

Minha intenção não era de ter um recolhimento tão longo. No entanto, circunstâncias alheias à minha vontade impediram-me de estar aqui. A vida é sabia. Ela nos impõe, às vezes, situações que, fugindo ao nosso controle, nos testam para nos dar conta de nosso equilíbrio, nossa capacidade e nossa honra.
Em que pese o fato de estar vivendo um quadro bastante crítico de proporções imponderáveis quero fazer minha paixão de escrever valer para dizer que ainda assim a vida compensa. Compensa no sentido de que vale a pena e compensa no sentido de que num turbilhão há ainda bonança.  
O turbilhão é inenarrável e nem convém trazê-lo. A bonança é indispensável porque traz a dimensão da vida.
Ao entardecer do sábado fomos para o aniversário de um ano de vida do Leonardo. Leonardo é neto do Eugênio e da TÊ e filho da Carla e do Rodrigo. Na tarde de domingo fomos ao aniversário de sessenta e oito anos do Antônio. Antônio é casado com a Bete e pai da Lola, do Rafa e da Fabiana, minha brava nora. Por que estes fatos dão um post? Pelas razões mais simples e singelas que fatos como esses ensejam.
Calçando tênis e vestindo calça jeans e uma blusa pólo de fundo azul com listras em quatro cores, Leonardo sorria para tudo e para todos. Gostoso ver a alegria estampada no rosto de Leonardo completando seus dozes meses de vida.
Os docinhos sobre a mesa foram confeitados, via-se, com carinho e arte, um por um e dispostos delicadamente ao lado das peças que ornamentaram a mesa. O cenário rural com patos, galinhas, porcos, galos, feixes de feno e bonecos caipiras espalhados pelo salão. O casarão sede da fazenda imaginária com fogão à lenha dentro do qual uma luzinha vermelha piscava imitando o arder de brasas.
De música não me lembro, porque se tocava era tão de fundo que as pessoas conversaram e muito. Os pais e avós circularam pelas mesas com atenção e interesse pelos convidados. Nos parabéns surpreendi-me com o vigor com que todos cantaram a saudação ao pequeno Leonardo. Na saída os regalos dentro de uma xícara de latão típica da nossa terra. Assim, bem simples, singelo e intenso.
Antônio esbanjando vitalidade dentro de uma camisa cheia de estilo nos recebeu, no domingo, com seus grandes olhos azuis. Sentamos um à frente do outro durante boa parte do encontro e do meu lado o Tio Rabelo, grande sujeito que se pôs a contar lorotas das mais instigantes e necessárias. Rimos muito.
MADADAIO, Leonardo!!! 
MADADAIO, Antônio!!!
Até breve.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

ELA

Ontem à noite perguntei para Ela sobre o que eu deveria escrever e ela prontamente respondeu: fé e matemática. Uma das maiores dificuldades do relacionamento é quando se pergunta algo ao parceiro e a resposta não vem conclusiva.
‘Fé e matemática?’ Perguntei novamente. ‘É, fé e matemática... ’ Melhor seria eu não ter perguntado. Pior ainda, ela pegou um livro e leu em voz alta um trecho durante quase cinco minutos sem perder o fôlego. ‘Você entendeu? ’Perguntou-me com um olhar como se eu agora tivesse a resposta. Aqui posso dizer: eu não entendi nada. Ela então disse que ambas são fundadas no mesmo princípio: é melhor que você acredite.
Com a maior paciência que lhe é peculiar, especialmente com néscios que nem eu, Ela foi elaborando sobre uma e outra, fé e matemática. Aí eu comecei a interessar-me e, como sempre às vezes acontece, fixei os olhos nos movimentos labiais dela e me pus a pensar com as minhas próprias pernas.
Qual é a maior extensão da fé: Deus existe!
Prove. Demonstre. Mostre, senão não é!
Qual é o número que vem depois do zero, um não é?
E entre o zero e o um? Qual é?
Prove. Demonstre. Mostre, senão não é.

Apenas para demonstrar de onde vêem todas as coisas, sobre as quais ainda terei muito que debruçar.

Até breve.



Em tempo: recebi o vídeo abaixo, entendendo que é uma bela provocação para pensar a extensão do Planeta Humano. Belíssimo.
http://www.youtube.com/watch_popup?v=2HiUMlOz4UQ&vq=large

quinta-feira, 21 de julho de 2011

AVACALHADO

Tá bom. Eu sou mesmo avacalhado. Ontem propus um recolhimento, para férias, mas olha eu aqui de novo. É que num tem jeito de tirar férias da minha angústia que me coloca em situação de trabalho.
Ontem à noite assistimos no Canal Brasil a sequência de dois programas de entrevistas: a primeira do ator Otávio Augusto e a segunda com dois críticos de cinema, Luiz Zanin e Maria do Rosário Caetano. Depois assistimos no Canal Telecine Cult o filme O Silêncio de Lorna. Hoje, pela manhã ouvindo música fui convidado pela Ana Carolina em Quem de nós dois e por Dalto em Muito Estranho. Pensei: essa salada dá um post.
É que Otávio Augusto, na entrevista ao ex-jogador Sócrates (uma grata surpresa), faz suas ruminescências e, entre elas ocupei-me com quando ele trouxe a tristeza pela perda do convívio com pessoas da arte. Diz ele que cada um está produzindo seus trabalhos sozinhos, sem se encontrarem para discuti-los, interagir, trocar. No passado havia pontos de encontros de intelectuais, artistas, pessoas que se propunham a algo maior dos que suas vidinhas convencionais. Citou o Pinguim, em Ribeirão Preto, onde passando com Peréio tomou um fogo de arrebentar. As pessoas construíam histórias. No final da entrevista foi solicitado à ele que dissesse um poema: ele, em espanhol, citou Mário Vargas Lhosa: “O homem é a única experiência de Deus que não deu certo.”
É que Zanin junto com sua esposa Maria do Rosário, na entrevista ao Domingos Oliveira e sua esposa Priscila Rozembaum, no programa Coisas pelas quais vale a pena viver, disse que estamos vivendo um impasse cultural. Quando vão aos festivais de cinema pelo mundo todo encontram cineastas italianos, por exemplo, que vivem um tremendo dilema: como superar Fellini, Antonionni, De Sica, Visconti, Bertolucci, Pasolini, Rosselini, (as referências são minhas)?. Que o cineasta brasileiro faz um filme a cada três, cinco anos, e que o faz para sobreviver, tendo toda sua produção um caráter absoluto de urgência. O cinema é feito na perspectiva de que o espectador compre o filme, o cineasta está preocupado em ser comprado e não levar ao espectador a uma reflexão. O cinema perdeu o seu lugar como espaço político de posicionamento. Zanin contou o que ele disse ser uma piada: dois críticos ao saírem juntos do cinema, um pergunta ao outro: ‘Então, gostou do filme?’ Ao que o colega responde: ‘Não sei, não escrevi sobre ainda. ’ Zanim, comentou que cada um de nós constrói o seu filme, por força de suas referências, de suas circunstâncias, de sua vida. Daí a importância do cinema.
É que o filme O silêncio de Lorna, bom melhor ver o filme ou acessar a crítica de Zanin em http://blogs.estadao.com.br/luiz-zanin/o-silencio-de-lorna/
É que ouvi Ana Carolina cantando a música Quem de nós dois? onde há versos como:
E quando falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
É por isso que atravesso o futuro
E faço das lembranças um lugar seguro

É que ouvi Dalto cantando Muito Estranho, deixando-me uma certeza: ‘Ninguém vai dormir nossos sonhos. ’
Impossível Ser Humano sem construir arte da arte.
Até breve, porque a vida me perpassa.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

RECOLHIMENTO

O compromisso de escrever todo dia se por um lado é bom, por outro é ótimo. Publiquei aqui ao longo dos dois últimos meses, contando o de hoje, oitenta textos em setenta e um posts. Falei, penso que é correta e óbvia a idéia de que escrever é falar por escrito, de e sobre diferentes perspectivas. Um poema, alguns contos, crônicas, queixas, denúncias, relatos, histórias, pesquisas breves, fatos e dados, assim jorrando de mim todos os dias.
Para como alguém como eu, que é considerado avacalhado por uma pessoa bem próxima, é uma disciplina árdua. Um pilates cerebral de dar suor nas têmporas e uma, quase sempre, taquicardia. Aliás, quem escreve, sempre padece. Especialmente aqueles que escrevem por força de um ideal, sob um ideário e ousando uma ideologia.
Quero ousar aqui e o faço porque suponho que tenho falado para pessoas que, como eu, estão dispostas a refletir sobre o que se passa. Mais difícil do que para mim que escrevo é, seguramente, ler-me todos os dias. Agradeço a cada um por cada dia, especialmente àqueles que ontem aceitaram o convite.
É hora de um pequeno descanso, indispensável ao renovar de outros pensares. É hora de deixar a vida seguir solta, descompromissada, avacalhada, de férias, embora dessa Vida só tenhamos férias perenes.
Obrigado e, sim, até breve.

terça-feira, 19 de julho de 2011

CONVITE

Perdoem-me se os levei à exaustão pela leitura dos últimos seis posts com a avalanche de dados e/ou informações tomadas ao aleatório, daqui e dali. Tinha o propósito de emoldurar os tempos dos quais fui espectador. Confesso que minha intenção inicial era apenas fazer um registro. No entanto, na medida em que lia textos para pinçar um ou outro apontamento eu me vi construindo um pensamento. Vai ser necessário outros pensares, porque o que me acomete agora é uma pretensão.
Penso que, apoiado na Teoria da Evolução das Espécies, o Ser Humano experimenta o seu ocaso. Parece-me que começa a se formar outro Ser a partir dos últimos vinte anos do segundo milênio. O terceiro milênio aponta para o surgimento do Ser Hotomático. Os seus contornos não estão total e claramente definidos. Espero que minha provocação leve a outros a pesquisá-los, mas que há uma profunda mudança de características que constituíram historicamente o Ser anterior, hoje, não tenho dúvidas. Francis Fukuyama, em seu artigo polêmico de 1989: o Fim da História, já trouxe algo a respeito e há também outro texto do mesmo autor: Nosso Futuro pós-humano, publicado pela editora Rocco.
Faço, no entanto, um corte singelo. A década de oitenta começa com um assassinato. O do sonho humano acalentado desde sempre: o da liberdade.  O Ser Humano que se vai enquanto espécie foi durante séculos caracterizados, essencialmente, pela presença de três mobilizadores determinantes: ideal, ideário e ideologia.
Ser Humano foi aquele movido por um IDEAL: a mais querida das aspirações, uma quimera, que reúne todas as perfeições imaginárias; que se desenvolve pela via de um IDEÁRIO que é um feixe de idéias que são expostas e geram agitação e consistentemente catalogadas em uma IDEOLOGIA que sustenta e cientificamente essas idéias.
Convido a me dizerem qual é o nosso ideal, sobre que ideário, sustentado por que ideologia. Digam-me o nome de três líderes vivos que o sustenta, prática e teoricamente. Citem três dramas encenados no teatro, dois filmes, um ensaio, uma música, uma letra, um poema. Digam-me que somos ainda Seres Humanos.
O Ser Hotomático não demanda. Ele recebe pronto. Vou precisar de um tempo para entender Gil quando numa entrevista ele disse que a tecnologia suplantou a compreensão. O Ser Hotomático não elabora, não passa pela angústia de prospectar variáveis e montar equações. Se quiser lê no manual, preenche a palavra na lacuna PROCURA ou tecla Ajuda.  
O Ser Hotomático tem um propósito: incluir-se. Na próxima categoria da escala de consumo. Os programas de governo são orientados nessa perspectiva: Minha Casa, minha Vida. Como se Lar, fosse suficiente a Casa. A criança está modelada numa estrutura articulada de tal sorte que ela operará no futuro dentro de perspectivas quase pré-determinadas que lhe garantam sucesso. Há uma grade de competências.
O Ser Hotomático não tem rigores é, fundamentalmente, permissivo. Pode, na medida em que não há autoridade legítima. Nenhum fato permanece, nem duas torres gêmeas. A corrupção é mera pauta jornalística, perdem-se as contas. A Política é engodo, o Ser Hotomático é um idiota, no sentido grego. Não há Estado, não há Nação, afora naquilo em que rola bola.
O relacionamento é efêmero, o Ser Hotomático não troca, utiliza. Não se casa, produz um evento sob contrato. A sexualidade dispersa em múltiplas possibilidades, não há barreiras, o Ser Hotomático não se distingue, claramente. Goza.
O Ser Hotomático não tem nem paraíso, nem inferno e vive o hoje. Não tem pelo que viver ou morrer, e nem tem credo, é letárgico, por natureza. O mundo é um só, globalizou-se o consumo. Inclusive o de Ser, mesmo.
Não levem a sério minha pretensão. Eu mesmo fico achando que essas idéias derivam da nostalgia da minha aguerrida juventude.
Tenho guardado o recorte de um artigo publicado no Jornal O Globo no dia 11 de dezembro de 1980 de Artur da Távola, abaixo. Gostaria que ele fosse levado a sério. Deparei-me com ele, por acaso, quando procurava pelo recorte de John Lennon e Yoko Ono, publicado aqui em AMBIENTE III. Távola, na época, já enunciava algo na direção de Hotomático, eu acho.
Sei lá se terá breve.

domingo, 17 de julho de 2011

AMBIENTE V

Nos anos 2000 a Internet se consolida como veículo de comunicação em massa e armazenagem de informações, principalmente após a fase da World Wide Web. A Globalização da informação atinge um nível sem precedentes históricos. A diminuição dos preços de acesso e as conexões de banda larga, que substituíram as conexões discadas da década anterior, permitiram que as pessoas passassem mais tempo na Internet e possibilitaram não somente o acesso a informações, mas também a transferência de vídeo, áudio e softwares. Recursos da Internet como as redes sociais, a comunicação por mensagens instantâneas, a tecnologia VoIP e o comércio eletrônico modificaram em grande extensão a maneira como as pessoas se relacionam entre si, tanto em nível pessoal quanto em nível profissional.
Já no final da década, os tubos de raios catódicos deixaram de ser fabricados para televisores e monitores de computador, dando lugar à tela de plasma e o LCD. O formato padrão das novas telas fabricadas também mudou, de 4:3 (aproximadamente quadrado) para 16:9 (retangular, ou widescreen)
Ainda dentro do âmbito tecnológico, começa a ocorrer o fenômeno de convergência de mídias, ou seja, dispositivos usados para gravar dados e arquivos de mídia nos computadores passam a ser utilizados também em outros equipamentos, como aparelhos de som e reprodutores de mídia (sucessores do videocassete).
Pen-drive substitui o disquete. O Bluetooth faz crescer o conceito de rede sem fio. Surge a tecnologia de telefonia via Internet (VOIP), com o Skype. Microsoft lança o Windows XP, o Windows Vista e o Windows Seven, e também o Microsoft Office 2003, o Microsoft Office 2007 e o Microsoft Office 2010. O disquete cai em desuso, sendo substituído pelo CD-R, DVD, pen-drive e o ressurgimento dos cartões-de-memória. A Apple lança o iPod e o iPhone, revolucionando o mercado de celulares e MP3 players. Surgem na Internet as redes sociais como o Orkut, Facebook, MySpace, hi5 e Twitter. MP3 Players, MP4 Players, Celular, Desktops, Laptops e Câmera digital se tornam populares. Google lança o Google Earth e o Google Knol. Massificação dos serviços de mensagens instantâneas, como o MSN. Popularização do conceito de compartilhamento de vídeos, puxado especialmente pelo YouTube. A imprensa começa a digitalizar o material impresso. É o caso da Revista Veja e do jornal Folha de São Paulo. Introduzida a Wikipedia. Torna-se comum ouvir rádio e assistir televisão pela internet. O sistema solar é reformulado. Surge a Energia solar. Concluído o Projeto Genoma. NASA confirma a existência de água em Marte e na Lua.
Chegamos ao terceiro milênio e o mundo é maravilhoso.
Surge na música... Alguém pode me ajudar?
Popularizam-se os reality shows, como A Fazenda, Casa dos Artistas e, principalmente, Big Brother Brasil. A Rede Globo continua fazendo novelas de sucesso, apesar de sofrer uma ligeira queda de audiência. Surgimento de séries americanas de grande sucesso como Lost, CSI, Grey's Anatomy, Ugly Betty, Heroes, Prison Break , 24 Horas , Sobrenatural, Gossip Girl e Todo Mundo Odeia o Chris.
No cinema: Dançando no Escuro, de Lars Von Trier; O Pianista, de Polanski; Irreversível, com Monica Bellucci; Os infiltrados, de Scorsese; A vida dos outros; O escafandro e a borboleta; Piaf – Um hino ao amor (belíssimo); Onde os fracos não têm vez, dos irmãos Coen; Na natureza selvagem, de Sean Penn; Sangue Negro, com Daniel Day-Lewis.
Na política internacional, este período é marcado especificamente pelos conflitos militares entre os Estados Unidos da América e o Oriente Médio, a chamada Guerra ao Terrorismo, representados pela Guerra do Afeganistão e Guerra do Iraque e pelo apoio dos Estados Unidos a Israel na Segunda Guerra do Líbano e no conflito israelo-palestino. A região também foi marcada por conflitos internos, como a disputa entre Hamas e Fatah na Palestina, sunitas e xiitas no Iraque e Talebã e líderes tribais no Afeganistão.
Os conflitos entre os Estados Unidos e o Oriente Médio foram desencadeado pelos atentados terroristas ao World Trade Center em Nova York (em 11 de setembro de 2001). Iniciam-se as invasões americanas nos países do Oriente Médio e chegam ao fim as ditaduras de Saddam Hussein no Iraque e dos Talibans no Afeganistão, o que, em certo ponto, beneficiou o atual inimigo dos Estados Unidos: o Irã.
A década de 2000 ficou marcada como a década em que a esquerda política brasileira teve um representante seu eleito presidente do país através de um legítimo processo democrático. O primeiro brasileiro operário a alcançar a presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, elegeu-se após quatro tentativas anteriores e foi reeleito.
Morre Michael Jackson. Morre o Papa João Paulo II. Saddam Hussein e Yasser Arafat.
Convido a uma leitura atenta dos posts desta sequência e somadas às suas próprias referências à uma reflexão. O que nos aconteceu nos últimos sessenta anos? De onde saímos, onde nos encontramos, para onde caminhamos? O que de fato ocorreu para que a vida humana resultasse melhor. O que ganhamos? O que perdemos?
Gostaria muito de receber contribuições a uma síntese.
De qualquer forma, até breve.

sábado, 16 de julho de 2011

AMBIENTE IV

Chegamos aos anos noventa.
Lançado o processador Pentium da Intel. Popularização do Microsoft Windows, especialmente após o Windows 95, que foi a primeira versão a utilizar o menu Iniciar e Internet Explorer. A Microsoft passa a ser a mais popular distribuidora de sistemas operacionais. Crescimento explosivo da internet, devido a queda no custo de computadores e tecnologia. Conexões mais rápidas. Comércio eletrônico. Começa o download de músicas em MP3. Começam filmes online. Estações de TV disponibilizam conteúdo na Web.O telefone celular cresce em popularidade e diminui o tamanho, se tornando uma necessidade moderna. Surge o DVD. Surge o tênis com amortecedor. Clonagem da ovelha Dolly. Identificação de DNA torna-se muito utilizado em investigações criminais.
Surge o Funk, o Hip Hop e o rap. Gêneros brasileiros como o pagode, axé e sertanejo passam a ultrapassar o rock em vendagem no Brasil.
O "mundo-cão" se espalha na televisão brasileira, com o jornal Aqui Agora e Ratinho. Humorísticos se renovam com Casseta & Planeta e Sai de Baixo. Reality shows.
Os anos 90 começaram com instabilidade, com o confisco de poupanças do presidente Fernando Collor. Os negócios escusos de Collor mais tarde levariam milhares de jovens (mobilizados por uma forte campanha de mídia) a criarem o movimento "Caras Pintadas" e pedirem seu impeachment. No governo seguinte (Itamar Franco), o país experimentou estabilidade econômica e crescimento com o Plano Real, que igualava a paridade da moeda e do dólar por meio de uma banda cambial. O Ministro da Fazenda que implementou o Real, Fernando Henrique Cardoso, se elegeria presidente por duas vezes seguidas naquela década, ganhando sua reeleição após mudar a Constituição.
Tá bom, ainda tem o cinema. São lançados: Os Bons companheiros, de Scorsese; JFK – A pergunta que não quer calar, de Oliver Stone; Cães de Aluguel, de Tarantino; Os imperdoáveis, de Clint Eastwood; Filadélfia, com Tom Hanks; A liberdade é azul, A fraternidade é vermelha e A igualdade é branca, trilogia de Krzystof Kielowski, com a belíssima Juliette Binoche; A lista de Schindler, de Spielberg; Forrest Gump – O Contador de Histórias, com Tom Hanks;; Assassinos por natureza, de Oliver Stone; Pulp Fiction – Tempos de violência, de Tarantino; Fargo, de Joel Coen; Matrix, com Keanu Reeves. No Brasil: Central do Brasil, com Fernanda Montenegro.
Reunificação da Alemanha. Fim do apartheid na África do Sul e eleição de Nelson Mandela como primeiro presidente negro daquele país. URSS se desmembra. Estados Unidos se tornam a única superpotência.
O impacto do ser humano no meio ambiente se torna mais reconhecido.
Divórcio e escândalo na Família Real Britânica.
Os atentados de Oklahoma City, no qual um terrorista de "extrema-direita" americano explode prédios federais e mata 168.
Freddie Mercury, vocalista do grupo Queen, morre em decorrência da AIDS.
A atriz Daniella Perez é assassinada com golpes de tesoura pelo então ator Guilherme de Pádua.
Ayrton Senna morre em um acidente no GP de Imola.
Princesa Diana morre em acidente de carro.
Madre Teresa de Calcutá morre aos 87 anos.
Num sei, mas vai me dando um certo desencanto. Ô vocês daí, não querem apontar algo de melhor nessa síntese?
Até breve.