No post de ontem deixei uma historinha que até agora a mim angustia. A
do cotidiano e de seus personagens aflitos. O título incomoda: VISÃO. Terei que
elaborar um pouco, por que e de repente, lancei mão desse título para um texto
banal extraído de algo não menos desimportante do que um dia qualquer da vida
de um qualquer cidadão. A alienação e a esperança, como visão arrebatadora.
Lembro-me, porque em mim isso é comum de observar, os olhos do taxista e do
rapaz que me passou o folheto. Algo de muito importante eles estavam fazendo.
Primeiro, o taxista, com sua alucinada alegria contagiante. Depois o jovem, com
sua satisfação imensa em estar contribuindo por algo que possa vir melhorar a
vida das pessoas.
Penso que o dia de ontem a mim é suficiente. Pelo que se vive senão para
buscar a alegria, em todo o seu significado, ou ainda para construir algo que
possa servir aos outros para a sua própria alegria?
Recentemente em um
documentário sobre Manoel de Barros, um dos entrevistados, que não me recordo o
nome, disse que o humano não foi feito para o que está aí. Referia-se a tudo o
que se passa e é desnecessário trazer aqui.
Fomos massacrados pela história e, a liberdade, maior sonho que o humano
acalenta, também se encontra no rol de itens da procura de natureza econômica.
Precisamos de mais para nós próprios para usufruir mais e mais de nossa riqueza
e para ter mais e mais para o nosso deleite e para ter mais, e ter mais, e se
possível mais... Ainda.
Talvez fosse necessário que recuássemos um passo e olhássemos adiante. É
preciso cuidado, zelo, compromisso, é preciso. Não fomos capazes até agora de
refletirmos com íntima sinceridade sobre tudo o que está aí, inclusive próximo,
bem próximo de cada um de nós. Não se trata de recusar o tempo presente e seus
matizes, mas poder pensar sobre ele. É preciso recuperar Darwin na sua teoria
da evolução das espécies. Darwin nunca
usou a palavra evolução como
sinônimo de melhoria, mas com o
sentido de mudança. Basta ir à
medicina e observar o documento que dá o quadro final de cada um de nós: evoluiu para óbito.
Estou indo agora para Ribeirão das Neves abrir uma das 25 conferências
regionais da 5ª. Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável de Minas Gerais, com o tema: “Alimentação saudável, Adequada e
Solidária: Direito Humano Básico”.
Se me perguntarem hoje se estou bem, usarei Mário Quintana: estou bem, apenas com uma ligeira
dificuldade em ser.
Até breve.
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